Ontem após as 16 horas,
finalizado os meus afazeres profissionais, estava um caco, morto de cansaço,
então o meu chefe me deixou na região da Penha, ele não pode me levar até em
casa, conforme havia prometido, ‘sem problemas’, resolvi caminhar até a minha
casa, mas como mencionei estava cansado, então decidi tomar um coletivo.
No ponto de ônibus, sentado
estava olhando para o horizonte, aguardando a minha lotação, mas algo naquele
ponto me chamou a atenção, eu e mais três pessoas, estávamos observando
curiosamente uma anã.
Obviamente que eu, sempre
discreto, não fiquei mirando os meus olhares curiosos em sua direção, pois não
gosto de constranger ninguém, da mesma forma que odeio quando pessoas me
encaram diretamente.
Mas o povo, em sua curiosidade
morfética, não sabe disfarçar e estava deixando a moça anã constrangida,
olhando ela com certo ar de assombro, por ela ser diferente.
Logo notei o seu desconforto
e não pude evitar, dei um sorrisinho para ela, e percebi que foi um alívio,
pois ela não estava mais suportando aqueles olhares famintos.
Sim puxei conversa com ela, e
diga se de passagem, a moça anã é muito simpática, bem articulada, acabou desabafando
que o problema dela ter nascido diferente não era o fato de ser de estatura pequena,
mas a curiosidade do povo, em não disfarçar seus olhares, como se ela fosse do
outro planeta.
Então o meu lado psicológico budista
aflorou, dizendo a ela que tinha uma missão muito importante neste mundo para
transformar todos os Carma de suas vidas passadas.
Ela se interessou muito sobre
o budismo e como esta filosofia, poderia ajuda-la a transcender aquela situação
que ela, confessou ser incomoda em todos os sentidos.
Como eu pertenço à divisão
dos rapazes dentro da organização budista, lhe entreguei o telefone de uma moça
budista, com problemas físicos semelhantes, para que ela pudesse ouvir de
pessoas que superaram suas dificuldades através desta filosofia.
Ela me agradeceu muito dizendo
que nós japoneses somos superiores, por sermos humildes e sempre buscarmos
vivermos em harmonia com as pessoas e com o próprio mundo.
Eu retruquei e disse a ela
que não tem nada de diferente em nós japoneses, só temos uma cultura, e
poderosa religião (filosofia), que aqui podemos chamar de educação.
A educação japonesa se
destaca no mundo inteiro por ser única, então a lotação dela chegou, me agradecendo,
me deu um beijo de despedida no rosto, acenou e partiu com um sorriso.
Foi quando eu fiquei
constrangido com os olhares fulminantes do povo preconceituoso, me focando como
se eu tivesse feito algo errado, eu heim! (risos)
Paulo RK
Amei a sua história. Davonê
ResponderExcluirGoasto muito dos seus textos. parabéns mais uma vez.
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