Sabe que às vezes me dá uma
vontade louca de voltar a ser moleque, onde eu podia “refugiar” de baixo da
saia da minha mãe, em busca de abrigo e proteção, diante de algum perigo
iminente.
Era aconchegante e mesmo
depois de “véio”, sinto a maior falta deste comportamento maternal, dizem que é
sinal de fraquezas humana.
Mas quem se importa, se sou
mesmo um ser humano, não tendo porque me envergonhar da minha própria natureza intrínseca,
em dizer que sinto falta e necessidades do colo, carinho, palavras e cuidados
de uma mãe dedicada.
O irônico de toda essa minha
realidade é quando entrei na adolescência, e me sentia adulto o bastante, para
ficar falando dos meus problemas para minha mãe.
O problema é que eu a
desdenhava, e quando chegava da rua, mal olhava para sua cara, mas percebia que
ela focava seu olhar em minha direção, a espera que eu comentasse sobre as
minhas dificuldades, e procurasse alguns gestos e palavras de conforto como
costumava fazer quando ainda criança.
Pior, é que certa vez ouvi
uma das conversas com a sua amiga, dizendo que depois que cresci não queria
mais papo com ela.
Mas acho que é normal, pois a
sua amiga disse a mesma coisa sobre o seu filho, que ele chegava da rua e se
trancava no quarto sem ao menos cumprimenta-la.
Para o meu alivio e conforto
da minha consciência, eu não era tão filho da putinha como o fedelho do filho
da sua amiga, pois pelo menos cumprimentava a minha mãe, pelo menos! (risos)
Nós humanos somos patéticos,
só valorizamos quando perdemos e seja qual for os motivos e razões da perda,
acredito que seríamos mais felizes, se tivéssemos a capacidade de enxergar naquele
exato momento, a importância de todas as coisas simples em nossas vidas.
Minha mãe costumava dizer e
ainda diz; “vai melhorar”!
Incrível como essas duas
palavrinhas que saem da sua boca me faz sentir tão poderoso e confiante quanto
ela, parecendo até aquele energético, que ela me fazia beber, quando criança
para crescer e ficar forte, o biotômico. (risos)
Hoje cresci me tornando num
homem, e a despeito dos efeitos implacáveis do amadurecimento, continuo aquele
moleque por dentro, travesso e carente pelo seu colo.
Só que o tempo também é implacável,
não retroage, e muitas coisas que deixamos de realizar se tornará num grande
buraco, dentro do nosso emocional.
E as cobranças dos
arrependimentos são maiores, e muito cruéis só de pensar que eu poderia ter
feito muitas coisas boas, e muita diferença na vida de uma pessoa, no caso para
minha mãe, e para mim mesmo.
Atualmente moro sozinho, na
companhia das minhas carpinhas e de uma cadelinha carinhosa, que costumo chamar
de Shakira, ela é incrível, abana seu rabinho com tanto vigor e dedicação,
quando volto para casa, que às vezes temo dela sair voando. (risos)
Pois de tanto “girar” seu
rabinho numa demonstração de alegria incontida, o mesmo se confunde com uma
hélice de helicóptero, já pensou numa cadela voadora em pleno céu de São Paulo?
Manifestações de felicidades
no quintal a parte, é quando eu abro a porta do meu quartinho, que sinto o
verdadeiro arrependimento pelas coisas do passado, que deixei de curtir quando
tive oportunidade.
Nem fazia por maldade, mas
quando entrei na adolescência as preocupações exageradas da minha mãe me
irritava, me tiravam do sério.
Vai entender, hoje depois de
adulto, é tudo que eu queria, alias é tudo que mais queria abrir a porta do meu
quartinho, e contar tudo o que aconteceu comigo no dia de trabalho, só para
ouvir dela as suas palavrinhas mágicas; “VAI MELHORAR”!
Paulo RK
estes arrependimentos que temos com nossas maes, de nao termos sido tão legas quanto podiamos! obrigado por me alertar, vou ver minha mae amanha sem falta!
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