Não tenha dó de sí mesmo, não se sinta vitima da vida!

Por um tempo, me achava uma pessoa muito estranha, “esquisita” no comportamento, e no relacionamento interpessoal.
Uma intuição inconsciente, me “cutucava”, e muitas vezes me perturbava.
Sabia que existia algo de “estranho” dentro de mim.
Com o tempo comecei a falar sozinho, e tal insanidade, começou a se agravar com o passar dos anos.
Pois já não me limitava a falar, gesticulava exageradamente, e comecei a chamar a atenção das pessoas, elas achavam que estava enlouquecendo.
Fiquei apavorado, pois foi justamente, numa época obscura da minha vida.
E para quem me conhece pessoalmente, sabe que tenho um histórico familiar, de esquizofrênicos crônicos.
Obviamente, procurei um profissional da cabeça, aqueles que estudam a mente humana.
E descobri que sou herdeiro, deste grande “legado” familiar, mas graças a deus, em pequenas proporções, onde posso “controlar”, através de medicamentos.
Segundo informações, a esquizofrenia não tem cura, mas pode ser controlada.
E como costumo ver sempre o lado “B”, de todas as coisas nesta vida, compreendo que o lado ‘bom’, dos efeitos colaterais, é sem dúvida, a criatividade.
Eu não sei explicar, mas todas as vezes que tomo um único comprimido, parece que a minha mente fica aguçada, acompanhadas de uma grande necessidade de externar sentimentos latentes.
O lado ruim, é que tal medicamento engorda, se não fosse a minha intensa atividade profissional, estaria me sentido um animal, pronto para o abate, de tão gordo.
Mas tal dependência, por medicamentos pelo resto da minha vida, não é razão para me sentir frustrado ou infeliz.
Muito pelo contrario, tiro vantagens desta “anomalia” comportamental, fazendo da minha “insanidade”, um lembrete, de que tenho que dar, sempre o meu melhor para as pessoas e para o mundo.
E quando não lamentamos, ou não nos frustramos por condições indesejadas, que não podemos mudar, a vida parece se tornar bem mais prazerosa.
E por mais simplória que ela possa ser, passamos a valorizar pelo simples motivo de estarmos vivos.
Hoje, um amigo me ligou aos prantos, como se e estivesse a caminho da forca, pois descobriu que terá que tomar insulina, para o resto de sua vida.
E ao telefone, tentei persuadi-lo a imaginar a insulina, como se fosse apenas um complemento alimentar.
Apenas uma picada, que lhe garantirá a própria vida, dito isso pensei comigo mesmo, o quanto a natureza humana é fraca e covarde.
Uma “picada” na barriga, se é tudo que preciso, para me manter vivo, por que lamentar, e me sentir vitima do destino?
Acho mesmo que o ser humano, ainda é imaturo e gosta de sentir pena de si mesma!
Paulo RK