domingo, 11 de abril de 2010
Sem ter uma certeza
Hoje atendi um cliente muito descontente com a vida.
E como não poderia deixar de ser, fiz o meu papel de bom moço, como de costume.
Costumo brincar com todos os meus clientes, no geral são pessoas abastadas, pessoas com formação universitária, profissionais liberais e supostamente pessoas de bem com a vida (contraditoriamente).
Mas as aparências costumam mostrar o oposto, forças antagônicas que se ocultam por trás de uma imagem modelo, muito cobiçado na sociedade, e escolhido por eles mesmos.
Não tenho bem a certeza do que os leva a escolher determinados padrões de comportamento e estilos de vida, no entanto eles os escolhem acreditando ser o ideal para eles mesmos.
Uma forma de se enganar ou enganar o cérebro com o intuito de aliviar a pesada cobrança, que pressiona a sua psique de dentro para fora.
Talvez não seja tão fácil conviver com uma força contraria a qual estamos inseridos.
De uma certa forma aprendemos a coexistir com esta contradição, mas a infelicidade maior deve se ao fato de estarmos nadando contra a maré, contrariando os nossos verdadeiros desejos.
Mas por que eles fingem e demonstram que estão prestes a desabar, para um sujeito de tão esquálida aparência, ou uma pessoa que está longe de ser um modelo de cidadão?
Como muitas perguntas que meus clientes fazem, esta é uma daquelas incógnitas que jamais será respondido por um sujeito aparentemente comum.
Saber escutar faz parte e considero até uma extensão da opção profissional a qual optei em minha vida.
Lembrando que não tenho nenhum conhecimento da psicologia humana e longe de querer aconselha-los, limito me a escutar e sugerir alguma atividade além do que eles estão acostumados.
Certos “conselhos” fazem com que se sintam melhor, tendo como conseqüência uma enxurrada de agradecimentos, e em certos momentos me sinto um “deus”, capaz de transformar o ferro em ouro.
Muito obrigado por terem lido até o último parágrafo.
Paulo RkSp
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