Eu nem sei se a palavra
‘revestrés’ existe no vocabulário português, estou reproduzindo porque
presenciei um pedreiro falando e achei muito bacana tal palavra que segundo o
próprio é dar pra trás, ou quando tudo na sua vida não vai de acordo com o que
esperamos ou programamos.
E comigo não está sendo
diferente, não que as coisas não estão dando certo muito pelo contrário, a
questão é que estou fazendo algumas coisas diferentes que não são das minhas
competências ou ‘ossadas’, coisas que não sei fazer profissionalmente, mas
estou fazendo com mais intensidade na minha vida pela necessidade por não ter
dinheiro para pagar profissionais e por incrível que pareça estou começando a
gostar.
Não sou cozinheiro
profissional, gosto de fazer pratos diferentes e cozinhar para minha família, e
agora, mais recentemente estou divulgando para as pessoas de fora que posso
cozinhar para elas em suas residências, principalmente pessoas que moram
sozinhas, trabalham fora e estão cansadas de comer comidas comerciais de
botecos ou restaurantes, além de outros serviços domésticos que eu já fazia
para alguns clientes.
E o incrível de tudo
isso é o reconhecimento, não financeiro, mas da satisfação que as pessoas demonstram
em seus semblantes ao saborear as minhas comidas, não que eu seja um cozinheiro
profissional, faço comida caseira, ‘bem feitinha’, temperada e o mais
importante com ‘gostinho caseiro’ familiar.
Não vou ser hipócrita,
para algumas pessoas eu cobro, ‘cobro’ porque elas mesmas se sentem mal por estar
fazendo favores para elas e não ter nada em troca e pelas suas próprias insistências,
então eu combinei que elas poderiam pagar pela quantia que julgassem ser
merecedor, para algumas outras pessoas e amigas não faço questão de receber
absolutamente nada em termos financeiros só a amizade, e por tudo que elas
poderiam estar fazendo para facilitar a minha vida.
Porque gente, para quem
não sabe, é prazeroso cozinhar, como mencionei e não sendo um profissional para
cobrar, mas quando testemunhamos a felicidade e satisfação das pessoas com o
que fazemos ou realizamos é muito gratificante, não tem dinheiro ou preço que
pague, não vou ser hipócrita, dinheiro também é muito ‘agradável’, então quando
percebo que a pessoa não é pobre ou tenha algumas dificuldades financeiras e
ela insistir, eu cobro, mas cobro o justo, quase sempre cobro os valores dos
insumos utilizados nos pratos do dia, nada mais e nada menos, porque a maior
riqueza deste mundo é poder servir as pessoas e fazer felizes com o que nós
podemos oferecer a elas.
Outro tipo de serviço
que eu tenho realizado mesmo não sendo da minha área profissional, mas que
estou pegando o gosto pela “coisa” são os serviços de pedreiro, estou com um probleminha
com águas da chuva, por ter sido feita erroneamente no passado a sua
canalização, desde a coleta destas águas até o seu descarte, quando chove toda água
está indo para debaixo da casa.
A minha preocupação era
um constante e estava me desgastando com isso, consultei alguns profissionais “amigos”
que me cobraram fortunas, então decidi fazer eu mesmo.
Na verdade e faz um
tempinho tinha consertado uma parede que estava caindo, e obtendo um resultado
satisfatório, fiquei feliz e me senti completamente realizado por não depender
de ninguém, porque na vida minha gente, o importante são os resultados
positivos das coisas que realizamos, então decidi consertar a canalização mal
feita das águas da chuva daqui de casa.
Está sendo cansativo o
trabalho todo, pois tenho que abrir o concreto do chão, até chegar ao cano,
retirar a terra e refazer tudo que está incorreto, mas sabem, apesar do cansaço
físico estou me sentindo mais uma vez realizado e como mencionei parágrafos
acima, tal sensação de que somos capazes de realizar o inimaginável, dinheiro
algum paga!
Está tudo bem na minha
vida, então por que eu comecei como uma negativa no tema deste texto (?), eu
explico (!), recentemente, amigos que adoram a minha literatura, me perguntaram
por que eu desisti de escrever blogs.
Eu não desisti de
escrever blogs, na verdade adoro muito escrever os acontecimentos do meu
cotidiano na minha vida, pois elas me ajudam a refletir sobre muitas coisas
sobre mim e sobre as minhas atitudes perante alguma situação.
A questão de ter
mencionado ‘revestrés’ como algo que dá pra trás, segundo o pedreiro com quem
aprendi a tal palavra, é que a minha predileção por escrever em blogs parece
ter ficado no segundo plano, motivo pelo qual não tenho escrito com tanta freqüência
como de costume.
Porque no começo,
quando só escrevia blogs entre outras atividades comuns na minha vida, eu
gostava tanto que quase sentia orgasmo ao ver um texto escrito por mim mesmo no
meu espaço virtual.
E hoje não mais, continuo
sentindo prazer, mas talvez não tão intensamente como antes ou mesmo como estou
sentindo agora pelos serviços de cozinha e de pedreiro, que parecem ser tão intenso
quanto foi a minha predileção por escrever reflexões nos tempos iniciais em meu
próprio blog.
Neste mês de junho
escrevi apenas dois textos, na verdade três com esse, e só agora me dei conta
de como estou sendo negligente com os meus gostos pessoais, afinal de contas,
sou da opinião de que a gente não pode deixar morrer ou abrir mão das coisas
que gostamos nesta vida, pois isso significa morrer aos poucos em vida, nos
tornando em verdadeiros zumbis.
Poderá parecer até
bobagens para algumas pessoas tal reflexão, mas não gosto de começar uma coisa
na minha vida e não dar continuidade até o fim, pois me sinto leviano, do tipo
de pessoas que fazem por que todo mundo faz por estar na moda, e não sentir
quaisquer sentimentos bons ou positivos pelas coisas que propomos a fazer e
realizamos nesta vida.
Não quero parecer estar
me desculpando ou justificando a minha falta de dedicação pelo meu blog, mas
ser ingrato com ele é a ultima coisa que desejo ser, afinal de contas, ‘se
comecei por sugestões de amigos por ter uma mente bagunçada e não conseguir
falar claramente e se hoje estou melhor graças o habito de escrever’ são todos méritos
deste blog.
Agora eu só tenho que
conseguir administrar melhor o meu tempo, porque à noite quando janto e vou
checar meus e-mails ou para escrever neste meu querido blog, o cansaço e o sono
me dominam, a questão é que ninguém me avisou que o trabalho de pedreiro era
muito enfadonho! (risos)
Paulo RK
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