Já comentei sobre o meu
“dom” por aqui, na verdade não sei se este é uma benção ou uma maldição, ‘sobre
as pessoas confidenciarem para mim seus segredos de alcova e me permitir o constrangimento
daquele que não sabe onde enfiar a cara, com o que às vezes e pessoalmente
preferiria não querer saber.
No começo até achava
ruim, hoje não mais, porque afinal de contas, percebo que as pessoas estão se
isolando uma das outras, então este meu “dom” não tem me perturbado ou tem sido
uma constante. (graças a deus)
No entanto basta eu dar
um pouco mais de atenção, para quem quer que seja, e logo a pessoa ‘percebe’ em
mim esta maravilhosa capacidade de um bom ouvinte.
E para quem não sabe as
pessoas estão cada vez mais carentes de bons ouvintes, são raras as pessoas que
ouvem seus lamentos sem quaisquer tipos ou formas de interesses, portanto
desconfie daqueles que prestam muito atenção em tudo que você fala,
principalmente das pessoas de sorriso fácil e dos “cem por centos agradáveis”,
ninguém pode ser perfeito com as nossas questões pessoais, alias pessoas
perfeitas só existem em filmes de Hollywood, estou falando de pessoas
estranhas, é claro que namoradas, familiares e até os nossos pais são
verdadeiros em sentimentos com a gente.
Pode não ser nada, mas
pessoas más intencionadas perceberam nessas carências alheias, uma principal
fonte de ganho extra, estou falando dos golpistas dos tipos estelionatários,
que adoram aplicar golpes em pessoas carentes como homens desavisados, mulheres traídas,
solteiras más amadas e pessoas idosas.
Essas características citados
parágrafos acima são as maiores vitimas desses larápios (ladrões) e usurpadores
(aquele que usurpa) da inocência alheia.
Nos tempos de vacas
magras em que vivemos, todo o cuidado é necessário para protegermos os nossos patrimônios
e principalmente o nosso dinheiro, mas principalmente proteger a nossa sanidade
mental, porque tais usurpadores não nos poupam de nos fazer sentir mal por termos
sido enganados pelas nossas próprias fraquezas da condição de sermos carentes,
tendo a inevitável sensação de impotência, e principalmente por não podermos
contar com a pífia lei brasileira que não presta para acudir o cidadão do bem,
apenas para proteger bandidos.
E voltando ao assunto
de que não podemos julgar ou criticar as pessoas por serem diferentes, recentemente
conheci uma pessoa, e ele me confidenciou que sofre muito por ser homossexual.
Comovido com o seu
desabafo, logo comecei a falar que não deveria sentir vergonha por ser quem ele
é, ele me interrompeu dizendo que foi abusado por um tio quando tinha cinco
anos de idade, ainda muito pequeno para este tipo de violência ou por qualquer
outra violência, acredito que as crianças deveriam ser poupadas de muitas das
atrocidades do mundo adulto, mas infelizmente não é tão fácil assim.
Fiquei embargado porque
refleti como pode ser cruel a vida de uma pessoa neste mundo, que desde muito
pequeno e abusado sexualmente do tio que alias é membro da sua própria família,
e como não bastasse ser submetido a outro tipo de violência social depois de
adulto como o próprio desprezo das pessoas pela não aceitação do que ele se
tornou, por talvez, ter sido sexualmente abusado na infância.
Digno e comovente de
sua parte quando me confidenciou que não se julgava vitima ou em algum momento
depois de adulto teve raiva do seu tio, mas ele só queria o respeito das
pessoas, gostaria que as pessoas do seu convívio o tratassem como se fosse uma
pessoa normal, não como um monstro, do monstro que abusou dele quando ele ainda era
um garotinho
Paulo RK
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