Imagine você dentro de um
enorme estacionamento lotado de veículos e aparentemente sem uma única vaga
para estacionar.
De repente você avista um,
nomeio de tantos outros carros, e mais do que rapidamente você manobra o
veículo com o intuito de “encaixar” o veículo naquela minúscula vaga, quando de
repente, não mais que de repente, um ser desprezível, com habilidades “extras” para
dirigir, manobrando com muita destreza o seu veículo, rouba a tua vaga.
Ai você fica muito irado, e
chama o “cidadão” de imbecil e manda ele tomar no Cú, Cuzinho, CUZÃO dele!
E percebe de dentro do carro
que ele ficou furioso comigo, tarde demais não tem para onde correr, ‘se ficar
o bicho come, se correr o bicho pega’.
Hahahaha!
Nem louco eu chamaria o homem
de imbecil se estivesse sozinho, pois apesar da ira que aquele ato me
proporcionou, se eu estivesse sozinho, diria: tudo bem, sem problemas “seu
moço”, pode ficar com a vaga, ele é do tamanho do teu veículo mesmo! (risos)
Às vezes eu me faço de louco,
de desentendido, de completo sem noção, não porque eu queira, mas porque a
situação demanda e por uma simples questão de sobrevivência, onde só os mais
espertos sobrevivem.
E tudo fica na santa paz e o
mundo parece ser um pedacinho do céu, afinal de contas, o mundo não para só
porque o homem roubou a minha vaga no estacionamento, não é mesmo?!?!?
Então quem me conhece sabe
muito bem, que para eu chamar o cidadão
de imbecil e mandar ele tomar no cú, eu não estava sozinho, na verdade o meu
patrão estava comigo, afinal de contas fui com ele pegar umas mercadorias, para
abastecer a sua papelaria.
Apesar, de estar ao meu favor
e na minha razão, do jeito que anda os ânimos das pessoas e com todas as crises
existenciais, não é bom afrontar quem quer que seja por situações tão banais,
como uma simples vaga do estacionamento.
Porque o cara folgado com
toda certeza, iria me execrar naquele mesmo instante, que o chamei de imbecil
ou quando mandei tomar no cú, pondo um
fim na minha pacata existência, me fazendo sentir uma barata debaixo de um
cruel chinelo.
Se não fosse o meu patrão, um
homem dos seus quase dois metros de altura e musculoso, com toda certeza, não
estaria escrevendo este texto neste exato momento, foi engraçado a cara do
condutor daquele automóvel infrator, que roubou o que era meu, por direito.
Legal, foi na hora de
pagarmos o caixa, ele estava na fila ao lado nos encarando, bufando como um
touro brabo, de seus olhos saiam chispas de fogos, com uma cara de quem engoliu
um sapo muito maior do que a sua própria
ignorância, de se apoderar o que aos outros pertence.
Deus me livre, pensei comigo
mesmo, não deveria ter chamado o desafortunado de imbecil, ele poderia estar
armado e poderia estar tendo o seu dia de cão.
Mas pelo sim ou pelo não,
parei de encarar o “meliante” e continuei a desempenhar a minha função de
ajudar o meu patrão, colocando todos os itens em seu veículo, e fiz questão de
ignorar o meliante sem noção que faz coisas erradas e ainda se acha na razão de
ficar nos encarando, com olhos reprovadores.
Conhecendo do jeito que sou,
‘bocudo e linguarudo’ por natureza, confesso que faltou pouco para eu mostrar o dedinho mal educado e perguntar pra ele: “e ai mané vai nos encarar”?
(risos)
Paulo RK
Nenhum comentário:
Postar um comentário