Eu valorizo muito o tempo, e
de modo algum entro em conflito com ela, pois é inútil, uma batalha perdida
antes mesmo de começar.
Por questões óbvios, nenhum
ser humano foi capaz de criar uma tecnologia, capaz de combater “este”, que
todos mortais tememos. (risos)
Então eu achei de bom tamanho
fazer valer aquele velho ditado na minha vida; “se não pode com inimigo, junte
se a ele”!
Na verdade, e apesar de nunca
ter encarado o tempo como meu inimigo, eu só queria e ainda quero ser feliz
nesta vida.
Porque tem muita gente no
planeta se preocupando com as rugas em suas faces e a beleza estética de seus
corpos, fazendo esforços descomunais, para combater um processo natural de todo
ser vivo, como é o próprio envelhecimento.
Não estou sugerindo pessoas a
relaxarem sobre as questões da estética humana, porque um pouquinho de vaidade
não faz mal a ninguém, no entanto, sugiro a todos que vivam mais em função das
suas próprias felicidades, não de um fator comum a todos que não podemos evitar,
como a própria velhice.
Riquezas ou belezas?
Nada disso importará, quando
você estiver velhinho sem forças físicas para fazer suas “travessuras”, de
quando era mais jovem, então quando seu corpo não mais responder suas vontades
e desejos, a única coisa que restará serão as lembranças.
Mas se continuar obcecado
pela estética física, e viver em função dela, não lhe restará nem as lembranças
boas, quando você não puder mais contar com os atributos físicos.
Não estou falando nenhuma
besteira, leio muito e estudo muito sobre a filosofia budista e muitas outras
filosofias das outras religiões, pois não sou mais um fanático na prática
religiosa, e compreendo que elas existam por uma razão, livrar a humanidade do
sofrimento de suas próprias ignorâncias inerentes.
E cada vez mais, compreendo que
a humanidade tem sofrido por séculos, porque teimam não valorizar o que mais
importa neste mundo, como a busca incessante de suas próprias felicidades.
E não baseio a minha crença em teorias filosóficas,
como é de conhecimento geral eu sempre gostei e ainda gosto de me relacionar com
pessoas mais velhas, pois acredito que ‘algumas’ pessoas viveram o bastante
para nos ensinar muitas coisas boas.
Ao trocar informações com
tais pessoas vividas, conversando com elas, me inspiro e adquiro muita
sabedoria, com as quais evito cometer os mesmos erros na minha vida.
Voltando ao assunto das boas
lembranças, quando não pudermos mais contar com os nossos corpos; lembro muito
bem da minha vó em seu leito de morte.
Todas as vezes que eu chegava
da escola e ia ver ela, encontrava a na cama dando risadas e falando como se
estivesse na companhia de alguém.
Na verdade antes de entrar no
quarto eu sempre achava que tinha alguém com ela, pois ela dava risadas e
conversava descontraidamente.
Certa vez não resisti e
perguntei para ela num tom de brincadeira, se ela estava rindo de mim.
Eu lembro que ela abriu os
olhos e disse que não, apesar de eu ser a alegria de vida dela, conforme as
suas próprias palavras e faze-la muito feliz, era das boas lembranças que ela
estava rindo, pois tais recordações a fazia muito feliz.
Um dia eu fiquei em pé em
silencio na cabeceira de sua cama, onde ela não podia me ver, só por
curiosidade, e lá estava ela com os olhos bem abertos, falando com todas as suas
forças, que ainda lhe restava, e o tom das conversas eram bem animadas, eu
cheguei até dar risadas, pois parecia que ela estava vivenciando tudo novamente
e compartilhando das suas recordações com alguma presença, que de algum modo
ela conseguia enxergar e eu não.
Isso me dava até arrepios,
pois pensei na minha mente infantil, que ela estava falando com o fantasminha
camarada, Gasparzinho! (risos)
Mas hoje depois de
amadurecido, confronto tal experiência da minha vó e o que aprendo na
filosofia budista, de que devemos valorizar somente, o que é mais importante na
vida de qualquer ser humano como é a própria felicidade.
Não quero viver em vão, então
não esquento com o amanhã, nem com o ontem, hoje eu só me preocupo com o agora,
pois ela está bem a minha frente, e liberto a minha mente, de todas as amarras
dos preconceitos e ignorâncias latentes, que me impedem de enxergar a minha
própria felicidade nesta vida.
Estabeleço e determino que
enquanto eu puder fazer o meu melhor, buscando sempre o melhor para mim, eu não
titubearei, pois se meus atos, não prejudicar quem quer que seja neste mundo,
estarei eu, aqui, fazendo presença nesta vida, com um único objetivo e
finalidade, o de ser feliz!
Acredito com bases nas minhas crenças, de que
a única experiência que vale a pena neste mundo é o de ser feliz, então, VENHAM
SER FELIZES COMIGO!
Paulo RK
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