terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Bandido bom é bandido morto! Quanto aos amigos, eu quero sempre vivo e ao meu lado.
Ontem foi foda (17/12/12)!
Estava eu e um amigo voltando de um mercado, era pouco mais das 22 horas e 35 minutos.
Conversando animadamente, meu amigo revoltado com o sistema injusto do nosso país e com as pessoas de má índole, estava desabafando comigo.
Enquanto isso um pouco mais a frente da calçada, uma moça se dirigia em nossa direção, parecia mesmo que ela estava nos pedindo socorro, não com a boca, mas o seu corpo clamava nitidamente por ajuda (linguagem corporal).
Logo atrás dela um menino com seus 12 a 15 anos encapuzado, e ao lado mais dois outros garotos, visivelmente estavam planejando atacar a moça.
Passamos primeiro por ela, logo após os três meliantes, pensamos em fazer algo naquele instante, mas foi rápido demais.
Após termos passados por eles, começamos a pensar no que poderíamos ter feito.
Mas principalmente, pensamos na moça que poderia ser muito bem as nossas namoradas, irmãs ou sobrinhas, vítimas de um bando de drogados que não sabem fazer outra coisa, além de extrair valores para suprirem as suas dependências.
Fiquei com consciência pesada, muito pesada, e logo comecei a desabafar que deveríamos ter feito algo.
Que não poderíamos ter deixado sozinha e em apuros, naquela rua escura e com poucas pessoas nas mãos de três delinquentes juvenis.
Comecei a argumentar para o meu amigo, porque não a ajudei, e acho que falei uma grande besteira.
Comecei a comparar este meu amigo com outra pessoa, dizendo que se eu estivesse com fulano teria com certeza, reagido e defendido a moça, pois saberia que “fulano” não me deixaria na mão, sozinho.
Só depois que cheguei em casa percebi a besteira que tinha falado.
Este meu amigo estava tão sem reação quanto eu, portanto nem eu e nem ele ou mesmo nem ninguém, poderia ter feito algo e colocado em risco as nossas integridades.
Pois afinal de contas, vivemos num país, largados as traças, onde só temos obrigações e nenhuma lei que nos proteja.
Sim, fui muito injusto com ele, e o motivo desta crônica é para pedir desculpa informalmente para este meu amigo, que muito tem colaborado comigo, embora ele mesmo, não tenha a consciência disto.
Estou escrevendo porque sei que ele vai ler, ele é um ávido leitor do meu blog, e sei que quando ler esta crônica ficará feliz por eu ter reconhecido, a minha própria estupidez de ficar comparando uma pessoa com a outra!
Não foi nada elegante da minha parte, e se eu não reagi foi porque sou cagão e não devo ficar “camuflando” esta realidade, transferindo para as outras pessoas o ônus daquilo que não fiz por pura covardia.
Valeu amigo, muito obrigado por me aturar e ter muita paciência com as minhas ignorâncias e crises existenciais.
Paulo RK
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