sábado, 20 de outubro de 2012
Nem sempre estou de bom humor, também sei reclamar da vida!
Sai de retro satanás!
Ultimamente a minha condição de pacato cidadão, tem me incomodado muito, e este é o grito silencioso que ecoa por todo o meu cérebro, chegando até os confins da minha alma.
Em parte é culpa da mídia, que tem mostrado façanhas de algumas pessoas, mundo afora.
Pessoas que não se contentam com o trivial, e aparentemente não tem coisa melhor, para fazerem em suas vidas.
Ops, escapou sem querer, sugiro a todos que ignore esta parte, onde afirmo; “que tais pessoas, parecem não ter nada melhor para fazer em suas vidas.”
A questão é que elas tem, e fazem muito melhor em tempo integral, aproveitando cada hora, minutos e segundos, não deixando que ela passe como se fosse grãos de areias entre os seus dedos, como costumo fazer!
Sou um pobre assumido e muitas vezes me sinto orgulhoso da minha condição financeira, pois como todos sabemos, o que não nos mata, fortalece, e ao longo da minha existência, tenho sobrevivido criando mecanismos e recursos próprios, para me adaptar a realidade nua e crua, de uma vida escassa.
Vida alguma é um mar de rosas, mesmo aqueles que são abastados tem o seu dia de cão, quando dramas e crises existenciais de realidades tão cruéis quanto as nossas, acontecem simultaneamente.
Mas a nossa grande vantagem é que acostumamos a levar bofetadas na cara, alias, ultimamente as bofetadas estão vindo com o bônus da porrada, e não estou de zoeira ou sendo irônico, quando disse que é uma vantagem, pois é onde nos fortalecemos.
Vocês já devem ter notado que quando machucamos em algum ponto fixo do nosso corpo, a pele local fica grossa, e ela fica mais resistente a futuros ataques.
Isso nos permite sobreviver, nos adaptamos as condições inóspitas deste mundo, criando imunidades.
Para se ter uma ideia, duvido muito que tais pessoas abastadas consigam sobreviver se tivessem as mesmas rendas, e contas a pagar todos os meses.
Eles enlouqueceriam só de pensar nesta possibilidade!
Eu nem sei por que estou escrevendo esta crônica, comecei sem um proposito em mente, mas com um coração carregado de insatisfação (confesso), portanto acho que só foi para desabafar.
Semana passada a mídia internacional não falou em outra coisa, um austríaco Felix Baumgartner entrou para o livro dos Records ao saltar de uma altura de mais de 39 mil metros, em Roswell , nos Estados Unidos, detalhe, ele ultrapassou a barreira da velocidade do som!
Um feito nada comum, para um “pacato cidadão!”
A minha indignação como um “pacato cidadão brasileiro”, é porque nós batalhamos pelo básico, quero dizer, por mais que nós nos esforçamos, nunca vamos poder fazer o que os gringos fazem.
Pois antes de eu pensar, em saltar de paraquedas, tenho que primeiro, pensar na minha alimentação, nas contas do mês, e entre outras questões básicas, que deveriam ser mais acessíveis, e não travarmos uma batalha épica, todos os meses como se fosse para obtenção de produtos luxuosos, restritos apenas para a minoria privilegiada.
Eu me esforço tanto, pago tantos impostos, e todos os esforços que tenho feito parece nunca ser o suficiente.
Pois até hoje tenho lutado para obter, o básico do básico, e isso é horrível pois tal condição terá como resultado, apenas duas realidades de vida, ou nos fortalecemos ou nos desestimulamos de vez.
Deveria estar orgulhoso pela façanha alheia, mas é inevitável, o meu cérebro começa a refletir sobre as nossas precárias condições existenciais, e a questionar se vale a pena mesmo estufar o peito e dizer; “sou brasileiro com muito orgulho!”
Paulo RK
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