Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

domingo, 20 de junho de 2010

A minha mãe foi embora


Na filosofia budista acreditamos que todos somos sagrados, por sermos únicos, genuínos nas nossas essências.
Tudo é diferente, da aparência física, as formas de pensamentos e até os nossos problemas pessoais.
Existe um porque, uma razão e um motivo real por todas estas particularidades.
Aprendemos muito com os nossos semelhantes, principalmente quando estes estão bem próximos a nos, e principalmente quando estamos falando de nossos pais.
No dia 18 deste mês, entre 23:00 às 23:30, minha mãe deu o último suspiro, para uma viajem com uma passagem só de ida.
E depois de toda a cerimônia de despedida ser realizado, a consciência real de que ela não estará presente mais entre nós, na sua forma física começa a tomar forma.
E o tempo na sua condição implacável fará o resto, mas há uma coisa que o tempo não poderá apagar.
Uma coisa que talvez nem a morte física, poderá retirar de nós, as lembranças de tudo aquilo que foi deixado como um bem mais precioso da sua vida.
Seus valores, seu jeito e a sua particularidade, ficarão nas nossas lembranças, de seus filhos, dos amigos e daqueles que a conheceram por um curto período.
Mulher simples e sem grandes ambições, sempre quis dar o melhor para seus filhos.
E o melhor para seus filhos, não era nenhum bem material,nada aquilo que o dinheiro poderia comprar, mas sim a sua total devoção.
Sim, utilizo a palavra devoção com forte conotação religiosa, pois sempre tive a impressão que para ela, seus filhos eram sagrados.
Não fazia exigência alguma,nunca pedia nenhum presente, mas sempre lembrava das nossas comidas, das nossas roupas, enfim sempre preocupada com os afazeres para o nosso bem estar, que se esqueceu da sua própria.
Os filhos geralmente são tão ingratos que como eu, só agora se dá conta deste fato.
Não ficarei de luto por ela ter partido, mas pela minha falta de visão desta dinâmica do amor , e por não ter retribuído quando ela estava ao meu lado.
Talvez para ela eu tenha feito o melhor, mas sinto que não fiz o suficiente, ao menos sinto que nunca serei capaz de amar como ela nos amou.
Ficará um consolo, sei que um dia quando cumprir a minha missão nos encontraremos novamente, e espero que neste dia eu possa ser um grande homem como ela sempre afirmava.
Muito obrigado por terem lido até o último parágrafo.
Paulo RkSp

Um comentário:

  1. A palavra perdida

    Na filosofia budista você diz que acreditamo que todos somos sagrados, por sermos únicos, genuínos nas nossas essências.
    Tudo é diferente, da aparência física, as formas de pensamentos e até os nossos problemas pessoais.
    Existe um porque, uma razão e um motivo real por todas estas particularidades. Então por que se dizer ingrato?Como amar da mesma forma se cada um tem suas particularidades?
    Temos que nós construir a cada dia e a descontrução só é válida se for para reparar algo muito grave, o que não é o caso!
    Você diz que o dia que se encontrarem você possa ser um grande homem? Por acaso, com o perdão da palavra, você é de baixa estatura?
    Pessoas como você que elevam a nossa auto estima já são grandes por si só. Conhece a história dos dois vasos? Onde um deles tinha uma rachadura? E toda vez que alguém os utilizava, o vaso perfeito desdenhava do outro o acusando de ir molhando tudo pelo caminho. Para resumir a história, por todos os lugares onde o vaso rachado pingou, nasceram lindas flores!Aprenda que a imperfeição também tem seu valor. Pratique essa filosofia que diz que todos somos sagrados, por sermos únicos, genuínos nas nossas essências, nas nossas essências...

    ResponderExcluir