terça-feira, 1 de junho de 2010
Preconceito racial
Me pediram para comentar sobre o preconceito racial no Brasil.
Acho um tema um pouco complicado para falar de uma forma generalizada, pois existem vários tipos de preconceitos raciais.
Daqueles que não gostam dos afro-descentes, dos asiáticos, dos judeus, dos portugueses, enfim, a lista é tão extensa que não me atreveria escrever uma crônica sobre o tema.
No entanto, como sou um gentleman, e a solicitação foi feito por um amigo que está passando por uma crise existencial, não poderia deixar de atender esta solicitação.
Como a proposta do meu blog, é fazer com que as pessoas se reflitam com as experiências alheia, e cheguem a uma conclusão de que para tudo na vida há uma solução, vou falando sobre as minhas experiências que tive com o preconceito.
No ensino fundamental, lembro de como eram terríveis os meus coleguinhas de classe, sempre zoando comigo,zombavam do meu corte do cabelo, que parecia uma tigelinha,dos meus olhos puxadinhos e do meu jeito bastante tímido.
Acredito que a zombaria se deu, pelo fato de ter características diferentes do grupo, o que não deixa de ser uma forma de preconceito infantil.
O tempo foi passando, e no ensino médio, conheci pessoas de todos os tipos, só que o esquema de preconceito era mais cruel, nesta época eu era bem mais retraído, pois já carregava uma magoa de ser diferente dos demais colegas.
Pensei em me fortalecer e me entrosar com a “galera”, só que algumas pessoas se esquivavam de mim, alguns deixavam bem claro que não gostavam de asiáticos.
Nem precisa dizer que por algum tempo, eu tive complexo de inferioridade por ser filho de japoneses, por não me parecer com a maioria.
Felizmente, o meu mundo não se resumia ao ensino médio, nesta mesma época encontrei um emprego, onde conheci pessoas que admiravam a minha cultura.
E aprendi com estas mesmas pessoas, que a humildade do meu povo,o respeito que eles tem pela natureza e as suas contribuição para com a nossa sociedade e com o mundo , vai mais além do que um sentimento tão desprezível.
Então chegou o ensino superior, onde pude conhecer pessoas com cabeças bem diferentes do que aquelas que havia conhecido, e com estas pessoas conheci o verdadeiro valor da amizade.
Na faculdade, pude superar todas as minhas dificuldades e aprendi a lidar com as minhas fraquezas, pois lá aprendi que não é o preconceito das pessoas que nos fazem sentir pequeno, mas é o nosso próprio medo de aceitarmos o que somos.
Vou finalizando esta crônica afirmando uma condição que aprendi com os sábios, o pior preconceito é aquela que temos dentro do nosso próprio coração.
Não se aceitar é o pior preconceito de todos os preconceitos.
Muito obrigado por terem lido até o último parágrafo.
Paulo RkSp
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O interessante é que ninguém nasce preconceituoso. Torna-se. Alguém influenciou aquela criança para que tivesse este ou aquele tipo de preconceito.Entrevistei um cara que loiro e de olhos azuis morou quando criança na década de 40 durante toda a sua adolescência nuna colônia italiana. Quando pode ir estudar na cidade a febre era a televisão. O barato era poder ver as pessoas se mexendo!!Mas o mais interessante era que também era Copa do Mundo e o Brasil tinha um grande jogador,o Pelé. Havia surgido os albuns de figurinhas e em seu album só faltava a figura do tal de Pelé. Ele e seu irmão não tinham dinheiro. A solução foi trocarum saco de laranjas pela tal de figurinha rara com um colega. Qual não foi a surpresa quando observou que o Pelé, o maisor jogador de todos os tempos tinha a cor negra. Até então ele e o irmão nunca haviam visto um negro na vida e desconheciam que existisse pessoas de outras cores, a não ser a cor branca. Foram para casa mostrar para a figurinha para a mãe, pessoa humilde e sem instrução. Se no coração dessa senhora existisse o tal chamado preconceito pode ter certeza que ela de uma forma ou de outra o passaria para os filhos, mas ela tinha aprendido com a sua mãe que todo ser vivente neste planeta era filho de Deus, fosse qual fosse a sua aparencia ou cor.Assim os dois irmão aceitaram naturalmente a negritude do tal jogador. Mas e se a mãe não fosse assim? Então vê onde começa o preconceito?Aconteceria a mesma coisa seo Pelé fosse japonês, chinês, indio ou coisa que o valha!
ResponderExcluirVocê diz que na universidade superou todos os seus medos.Tomara que não seja por conta do lugar ser de nível superior, pois se assim for, você acaba fazendo uma espécie de bulling com os menos instruídos, mas que podem ter imensa experiência de vida, pois somente a graduação, mestrado, doutorado ou qualquer outro 'ado' não nos livra do preconceito, muitas vezes até o amplia.
Por ser negra venho sofrendo discriminação desde o primeiro dia em que botei o pé na escola. Isso afetou a mim e a meus irmãos? Lógico que não. Minha mãe nos ensinou a nos defender do preconceito. Como? Ignorando-o. Sendo mais forte do que ele.Como? Dando o melhor que podíamos. Eu, por exemplo sofri bulling nunca época que essa coisa horrível ainda não tinha nome. Pereci? De jeito nenhum. Revertia o quadro e provava que merecia estar ali tanto quanto qualquer outra pessoa. Algumas vezes, infelizmente, alguns não aceitavam o fato somente com argumentos. Apanharam feio. Violência é ruim. Mas quando é você que apanha!
Besteira querermos nos eximir deque não temos preconceito. Sempre há alguma coisa que rejeitamos por este ou aquele motivo. Mas devemos ter em mente o limite do não gostar com o discriminar.
Ninguém pode nos fazer sentir pequenos se não permitirmos.
O preconceito como o nome mesmo diz é um pré-conceito. Ou seja, antes de conhecermos já estamos mandando bala no julgamento. E quase sempre condenamos.Não damos ao outro a chance de mostrar quem ele é.
Por isso o preconceito para mim sempre foi uma coisa que usei de forma positiva: vou mostrar do que sou capaz pensava e vocês vão ter que enfiar o preconceito naquele lugar!
E ter que provar, não a eles,os discriminadores, mas a mim mesma sempre me fortaleceu e como!Pisa no meu calo para ver o tamanho do meu preconceito!
Mas brincadeiras à parte, o preconceito é a pior das formas.Por que alguém pode querer achar que é melhor do que o outro?Isso para mim é uma forma de retrocesso. Sinal de que a humanidade caminha a passos de tartaruga, pois muitas vezes assistimos o mesmo acontecer e não fazemos nada, pois não é com a gente, mas também se nos intrometemos podemos entrar numa fria. É um impasse.
Mas de uma coisa tenho certeza: se o preconceito nasce ou não dentro de nossos corações eu não sei. Não sei mesmo. Só sei da dor de quem o sofre...