A professora tagarela

A minha definição de pessoa inteligente, é aquele que utiliza o seu conhecimento para beneficiar a humanidade.
Quando eu estudava no ensino médio, tinha uma professora que falava palavras que ainda hoje desconheço.
Ficava difícil assimilar a sua matéria, pois primeiramente tínhamos que traduzir o que ela estava falando.
Naquela época achava chique, uma verdadeira demonstração de superioridade.
Os anos se passaram e fui conhecendo pessoas de diversas áreas, profissionais competentes, que sabiam realmente daquilo que estavam falando.
E o mais importante, numa demonstração de consideração e respeito ao próximo, falava numa linguagem popular de fácil compreensão, não utilizando jargões da sua área de atuação.
Certa vez voltando do almoço encontrei um colega de classe, e inevitavelmente começamos a lembrar daqueles anos dourados.
Quando ele me perguntou se lembrava de uma professora que vomitava palavras estranhas, respondi que sim.
E ele continuou e falou que ela tinha morrido.
Simulei um choro disfarçado, e é claro fiquei curioso sobre a sua “causa mortis”, e a resposta foi ataque fulminante do miocárdio.
E como todo mortal comum, comecei com aquela bobagem que as pessoas tem de considerar toda pessoa morta um santo,do tipo, fulano era arrogante mas no fundo era uma boa pessoa!
Mas na verdade o fato que devemos lamentar, foi a sua condição medíocre de aprendiz enquanto aluno da vida.
O verdadeiro discípulo, só se torna mestre quando repassa todo o seu conhecimento adiante, tornando este mundo um lugar prospero e cheio de pessoas sábias.
Infeliz do homem que pensa que o conhecimento, não deve ser compartilhado com o seu semelhante, levando consigo a sete palmas do chão.
Hoje entendo que falar bonito, é saber passar o conhecimento para os outros, é falar de forma simples e claro, de modo que todos possam nos compreender.
Falar difícil utilizando jargões com o intuito de impressionar pessoas leigas, só tem como efeito, provar a nossa condição de mediocridade.
Muito obrigado por lerem até o ultimo parágrafo.
Paulo RkSp