Ultimamente estou me sentindo
impotente, odeio esse tipo de sensação, porque me faz perceber o quanto estou
despreparado para ajudar pessoas que desistiram de suas vidas.
Vocês podem pensar que seja
muita pretensão da minha parte, mas o que eu posso fazer se sinto tal
necessidade?
Nem falo para promover uma
imagem pessoal própria de bom rapaz, apenas faço o que sinto que preciso e tem
de ser feito, afinal de contas me sinto bem agindo dessa forma.
Em partes sinto que a psicóloga
amiga minha tem toda razão, quando mencionou que tenho essa necessidade, por
não conseguir resolver questões conflitantes pessoais próprias de dentro de
casa.
Refleti e sou sincero em
dizer que acredito naquele dito popular que diz; ‘santo de casa não faz
milagres’!
Então por uma necessidade
particular e para não me sentir totalmente incompetente busco pelo menos, e
desesperadamente fazer algo, para ajudar as pessoas que estão sofrendo fora de
casa. (risos)
E a cada nova tentativa
frustrada de “salvar as pessoas e o mundo”, me sinto mal pra ‘caráio’!
Não sendo exagero dizer que a
sensação de impotência é externamente aparente, as pessoas ao meu redor
percebem, pois parece que perco o brilho daquele que vive sorrindo das próprias
tragédias.
Obviamente que com o
amadurecimento aprendi a disfarçar tudo que me desagrada nesta vida, mas é ruim
fazer cara de agrado quando não se está feliz por dentro.
Um amigo meu contraiu o vírus
HIV, está muito ‘deprê’, e tudo que falo para motivar parece estar sendo inútil,
mas pelo menos fico feliz por ele ter dito que das pessoas “amigas”, eu sou o
único que não deu as costas para ele, e
que eu não preciso falar nada, bastando apenas escutar seus desabafos, sendo
pra ele um grande alento.
Agora mesmo em que estou
digitando em palavras a minha versão deste desabafo, estamos nos falando pelo
Whatsapp, ele descreve seu medo com detalhes, se punindo por estar nessas
condições, falando mal de si mesmo,
depreciando que é uma pessoa fracassada, que sempre se achou feio e coisas do
tipo de pessoas que não se ama.
É eu sei que em partes é o
próprio vírus do HIV atuando sobre a psique dele, pois conheço outras pessoas com
este vírus, e segundo relatos, o próprio medicamento, como os coquetéis mexem
com o humor deles, detonando toda forma de motivação e disposição pela vida.
Meu deus, como é deprimente
sentimentos de impotências, e o pior que ele é do Sul, e sempre quando vinha
pra São Paulo a passeio, ele combinava comigo para nos encontrar, e pra variar
nunca deu certo, pois o meu horário, não as controlo, na verdade não tenho vida
pessoal, os poucos momentos que tenho de fato, é quando me dou ao “luxo” de escrever
em blogs, minhas próprias reflexões em meu próprio computador.
Então tipo, meio que fico me
cobrando, não que tenha desencontrado com ele propositalmente das vezes que ele
veio para SAMPA, mas é que não deu certo, alias se for ver por este prisma,
acho que estou em débito com muita gente, devendo muitos encontros pessoais,
portanto nem vou ficar agoniado com mais essa dificuldade, pois não quero me
torturar pelas dificuldades que tenho em termos de desencontros, quando estou
sofrendo o suficiente com a minha incapacidade de dizer algo que desperte a sua
coragem interior.
Coragem?!!?!? Sim, coragem!
Saibam que desta terrível experiência
do amigo, e através da reflexão proporcionada pelo próprio momento, estou
compreendendo que seja na vida ou na morte, a coragem é que nos faz suportar as
vicissitudes que cada um de nós nos colocamos, então não adianta culpar deus ou
o diabo, temos apenas que enfrentar as
circunstâncias, pelos quais escolhemos ou optamos, seja conscientemente ou inconscientemente.
E simplesmente fazer o que
instintivamente sabemos ter que ser feito; ‘viver um dia de cada dia, sem
arrependimentos, nada mais que isso’!
Paulo RK
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