Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

sábado, 14 de novembro de 2015

O que é ser iluminado em épocas que a humanidade parecer estar mergulhado na mais profunda escuridão das trevas!



Entendo por religião uma necessidade que nos livra dos sofrimentos das nossas almas, principalmente das nossas próprias ignorâncias que no budismo, chamamos de escuridão fundamental.
Tem muita gente entrevada neste planeta e a cada dia somamos bilhões de atos impensados, realizados contra a nossa própria humanidade, atualmente o nosso próprio planeta tem demonstrado os efeitos desses atos desprezíveis, de quem deveriam pensar um pouco a mais para justificar a sua condição de seres “racionais”.
Do meu ponto de vista; ‘religiões’ são ferramentas e como toda ferramenta serve para facilitar as nossas vidas, não de um mau encarnado que aqui chamamos de diabo, e que todos adoram responsabilizar todas as coisas negativas que lhes aconteçam em suas vidas, apenas para não ter que assumir as responsabilidades de seus próprios atos impensados.
Uma ferramenta que nos direcione na escolha de um caminho melhor todas as vezes que estivermos passando por algum momento crucial de nossas vidas, mas não se engane religiões não devem ser procuradas apenas quando estivermos passando por alguma necessidade ou dificuldade, pois religiões não são comércios, principalmente porque não podemos barganhar com um “deus”, que ainda reside no coletivo imaginário.
Não devemos tratar os assuntos da religião da mesma forma como tratamos dos assuntos mundanos de compra e venda, não funciona assim, uma religião correta é moralmente ético, e nos ensina principalmente os valores de gratidão por tudo que nos aconteça, sendo boa ou ruim e consequentemente, tal gratidão nos remete a humildade comportamental perante as pessoas e a nós mesmos, nos livrando assim da nossa própria maldade interior de julgarmos as outras pessoas negativamente, sem percebermos as atrocidades dos nossos atos de crueldade com os outros.
Mas é perigoso escolher uma religião aqui no Brasil, principalmente porque a maioria delas distorcem os conceitos morais e a principal função e motivo da existência de uma religião na vida de qualquer ser mortal aqui na terra.
Porque como citei acima, não podemos lidar com religiões da mesma forma como fazemos no comércio, não temos como barganhar com um “deus”, do jeito que fazemos na compra de um tênis caro ou qualquer outro bem material visível e tangível, pois é insano, é como falar sozinho como simples atos reflexivos, para resolver quaisquer dificuldades materiais.
Com isto não estou descartando a fé das pessoas ou banalizando quaisquer crenças alheias, mas a fé por si só não move montanhas, ela requer ações, atitudes para se tornarem tangíveis, ou para justificar a própria fé, pois pra que serve  acreditar num deus generoso, se eu próprio não tenho generosidade comigo mesmo buscando o melhor pra mim ou fazendo o bem pras pessoas que vivem ao meu redor?
Sou budista e busco sempre fazer o meu melhor pra mim mesmo e com todos, pois se não estiver bem comigo mesmo, não poderia fazer qualquer coisa pra ajudar quem quer que seja.
Confesso sofro pela teimosia alheia, sofro em ver pessoas que eu amo sofrerem, porque infelizmente pessoas do mundo contemporâneo não possuem as mentes abertas, e o fato das muitas religiões no Brasil serem tão podres, quanto os nossos políticos, as pessoas aprenderam a discriminar sem antes experimentar o que sugerimos a elas.
Exemplos de atitudes que demonstram condições entrevadas das pessoas que vivem em nossa volta.
Um amigo que justifica todas as suas atitudes negativas consigo mesmo, como o fato de ter deixado de fazer todas as coisas que gosta em sua vida, por conta dos comportamentos desprezíveis de outras pessoas, ele deixou de lado atividades que mais curtia nesta vida como; viajar, dançar, praticar natação, e mesmo atitudes simples, como dirigir automóveis, uma das suas grandes paixões desde a época de adolescente.
Eu tento fazer a minha parte para ajuda-lo a sair desta “escuridão fundamental” que por escolha própria, resolveu se aprofundar justificando ser assim, por conta dos muitos golpes de pessoas sem caráter em sua vida.
Converso muito com ele, dizendo que temos que seguir bons exemplos de pessoas melhores que a gente, e não das pessoas que não vale nada, no entanto, por estar imerso na escuridão espiritual não consegue enxergar a lógica do meu raciocínio.
Não sou o dono da razão ou não estou acima de quaisquer situações humanas e mundanas, mas tento manter a mente e o coração sempre abertos para novas formas de pensamentos, foi quando conheci o budismo, hoje agradeço muito a vida, por ter encontrado tal filosofia/religião, pois renasci, digo a todos que eu nasci duas vezes nesta vida e renascerei por quantas vezes for necessário para quando chegar o meu dia e tempo, partir daqui leve, sem as amarras das ignorâncias que nos faz tanto sofrer enquanto supostamente “vivos”!
No passado ainda adolescente cheio de complexos de inferioridade e timidez exagerada, me preocupava com o sofrimento das pessoas que amava e vivia a minha volta.
Quando numa das reuniões que participei pela primeira vez do budismo, um dirigente muito sábio observou o meu comportamento tímido e completamente retraído, no meio daquela multidão de pessoas, que pareciam hippies a cantar e recitar mantras em prol da paz mundial que chamamos de Kossenrufu.
Esse dirigente budista me fez pensar e perceber o quanto o budismo seria perfeito na minha vida, pois ele me alertou que nem Buda ou Jesus poderia me salvar dos meus sofrimentos, mas as ferramentas deixadas por eles, se “manejadas” com habilidade e com muita força de vontade por mim, podendo eu mesmo me salvar das minhas próprias ignorâncias e maldades, que reside em nenhum outro lugar que não dentro de mim mesmos. (NÓS MESMOS)
Para fechar com a reunião, ele me perguntou por que estava lá, e disse a ele que estava querendo ajudar uma irmã com vários problemas emocionais, ele me elogiou dizendo como é louvável a minha intenção de querer ajudar uma alma sofredora, pois ajudar o próximo é a própria condição de ser de um BUDA, finalizando me fazendo compreender que quando estamos com problemas, não conseguiremos ajudar quem quer que seja apesar das boas intenções.
Ao final decidido seguir a filosofia budista, perguntei como poderia estar sendo membro desta organização que chamamos no Brasil de BSGI, Brasil Soka Gakkai Internacional,  e mais uma vez ele foi completamente sábio, anotou no papel o mantra: NAM MYOHO RENGUE KYO.
Orientando me, antes mesmo de ser membro da organização, que experimentasse o poder do mantra recitando e desafiando todas as minhas fraquezas, não porque eles estavam afirmando que o mantra é poderoso, mas que eu mesmo por experiência própria pudesse comprovar em minha vida o poder real da mesma.
Antes de consagrar o Mandala em casa, recitei por muito tempo o mantra, e a minha forma e condição interior de quem eu era, mudou muito, de rapaz introvertido e cheio de complexos de inferioridades, para uma pessoa carismática, que sabe conversar e ouvir com empatia, ajudando as pessoas no que for possível, e principalmente sempre com alguma palavra simpática e carinhosa para motivar os outros.
Foi então que eu percebendo a mudança em mim mesmo, que compreendi dentro da filosofia budista, que eu não posso mudar o mundo, mas mudando a mim mesmo a nível interior, estaria colaborando com um mundo melhor e por consequência colaborando com a minha própria felicidade e com os das pessoas que amo neste mundo.
Então se um dia estiver sofrendo consigo mesmo, me procure, mas não torça o nariz se eu falar sobre o mantra e te sugerir que recite o mesmo, desafiando todas as suas condições internas e circunstâncias externa que os fazem sofrer, experimente por escolha própria, o verdadeiro poder que reside dentro de você!
Pra quem é esclarecido e tem a mente aberta, é fácil seguir a filosofia budista, pois ela não é subjetiva como outras religiões quando as pessoas praticam por tanto tempo e nenhuma mudança fundamental acontece nas vidas delas.
Não estou falando a nível material, mas com certeza se você estiver espiritualmente elevado, como é a própria condição do iluminado, ou Buda, você conseguirá tudo que almejar nesta vida, pois compreenderá que tudo que quiser, será mais fácil, com a ação baseado na oração, lembre se o budismo é pura lógica, então a sua oração deverá sempre ser acompanhada da ação, não existe barganha na pratica budista, pois não é comércio, não se envolve dinheiro na pratica budista, mas um juramento de que EU VOU CONSEGUIR!
E se você estiver passando por alguma dificuldade, convido o a experimentar a recitação deste mantra: NAM MYOHO RENGUE KYO.
Recite até sentir a mudança interior, não tem como falhar, pois o próprio ato de recitar o mantra você está fazendo uma CAUSA positiva em sua vida, e como toda causa, terá um EFEITO!
Não existe outra forma de você experimentar a veracidade da religião budista em sua vida, do que você mesmo sentir o poder deste mantra recitando o, e fazer aflorar de dentro de você, pois a nossa maior riqueza está dentro de nós mesmos, quando recitamos o MANTRA, transformamos nossas fraquezas em fortaleza, como consequência muda as nossas aparências externas assim como os nossos aspectos internos na mais profunda condição.
Por esta razão a pratica budista principal consiste em recitar o MANTRA todos os dias, pois a condição budista, como uma condição iluminada de vida, não é fixa e tende ser mantida através da recitação deste mantra, quando elevamos as nossas condições de vida a nível espiritual.
Sofremos influencias todos os dias, seja negativas ou positivas, mas infelizmente nem tudo são influencias positivas, e para tal alimentamos as nossas condições espirituais para estarmos preparados para quaisquer condições, o mantra está para o nosso estado de espírito o que os alimentos faz para manutenção e fortalecimento dos nossos corpos físicos.
Experimente  essa “ferramenta” deixada pelo Buda, para nos livrar dos sofrimentos das nossas próprias ignorâncias, não são os outros os nossos piores inimigos, mas nós mesmos, na vida ninguém pode fazer nada pela gente, a não ser NÓS MESMOS!

Paulo RK

Um comentário:

  1. Ao longo de minha vida sempre me ative à religião. Por vários momentos me senti incompleto com uma, depois com outra e outra, mas nunca me desvencilhei delas. O tempo passou e maturidade tanto corporal qto espiritual chegaram. Desvencilhei-me. Não de minha fé em algo maior que o nosso EGO. Algo que o EGO nunca compreenderá mas que, apesar disto, está aí a gerir tudo quer concordemos ou não. Não digo que me despi de meu EGO, mas aprendi a compreendê-lo, a conhecê-lo profundamente e a perceber que posso entregá-lo ao domínio do MAIOR. Isto me veio por si. A custa de lutas, de angústias e de uma visão crítica sobre toda e qualquer forma de religiosidade abstrata. Não estou aqui para discutir, duvidar ou mesmo dizer que tenho a verdade para os outros, mas. pela primeira vez na vida me sinto com ela muito próxima de mim, sem qualquer subterfúgio de religiosidade institucional. Para mim a busca do maior é e deve ser pessoal. Ela se revela naturalmente, quando se busca com decisão e com convicção. Com perseverança e com desprendimento. Ninguém é capaz de dizer e estabelecer a verdade para ninguém. Ela é e está aí. Cabe a nós sabermos revela-la e sabermos submeter nossos EGOS a ela. Mais ou menos por aí ... pelo menos para mim foi e está sendo assim..
    Ame ao próximo como a si mesmo! Então primeiro AME-SE! Sem isto qualquer tentativa será em vão. AMANDO-SE nós nos libertamos de nosso EGO ou pelo menos o revelamos em sua pequenez e aprendemos a colocá-lo em seu lugar. Daí teremos alguma chance de AMAR ao próximo.

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