Outro dia fui ajudar o meu
patrão a lavar o “humilde” SUV dele e pasmem, passei por um constrangimento,
alias o terceiro deste ano!
E não, não é a minha
impressão ou cisma, não sei o que há de errado com os meus pés, quando coloco
chinelo todo mundo fica olhando, a ponto de me constranger de querer colocar o
tênis e sair correndo, me incomodando bastante, a curiosidade alheia!
Pois dizem que o belo chama a
atenção, mas o hediondo também, então rolou uma curiosidade e insegurança da
minha parte, será que os meus pés são feios? (risos)
Primeiro a esposa dele ficou
olhando na direção dos meus pés , quando fui pegar o detergente com ela, depois
o vizinho do meu patrão foi fofocar enquanto lavávamos o veículo e fixou o
olhar nos meus pés, me deixando completamente sem jeito.
Se não gostava deles (pés),
agora é pior, estou ficando com complexo de pés estranhos por conta da
‘curiosidade’ alheia, mas antes de criar mais um complexo, além de muitos
outros que coleciono dentro da minha ‘cabecinha’ demente, decidi perguntar para
as pessoas.
Parece uma pergunta boba, mas
às vezes é bom a gente perguntar sobre certos aspectos das nossas
características físicas, do que ficar na dúvida, pois de certa forma mexe com
as nossas autoestima, abalando a nossa autoconfiança de colocar os chinelos
nos pés e sair por ai bem à vontade.
Porque é ruim pra “caráio”
chamar a atenção das outras pessoas sem saber do porque, estamos chamando as
atenções delas!
Principalmente porque tal
situação de “constrangimento” fez uma revelação “bombástica”, descobri que
ainda sou tímido, fiquei puto da vida, pois pensei que a timidez fosse algo do
passado, obviamente que não com a mesma intensidade, pois amadureci e não sou
mais aquele jovem retardado, que parecia dever algo para as pessoas do mundo.
Outro dia fui almoçar num
boteco ‘zero estrelas’, sem quaisquer requintes do luxo, e em frente a minha
mesa, tinha um senhor que chegou quase na mesma hora ‘fatídica’ que eu, ele fez
o pedido e eu também.
A comida chegou junto, e o
garçom serviu o homem primeiro, pois o mesmo estava finamente trajado com seu
terno, parecia um doutor, advogado talvez, tudo bem, na verdade estou
acostumado a ser destratado, pois ando como um favelado, devido o meu tipo de
trabalho.
E o pior estava por vir, o
bife, se é que aquele pedaço de sola de sapato poderia ser chamado de ‘bife’
estava tão duro, quanto à sola do sapato do cozinheiro que a preparou.
Se estivesse em casa eu
dispensaria o ‘galfo’ e a faca e atacaria com as próprias mãos, nada de ficar
sofrendo por fome, tentando “rasgar” aquela sola de sapato que de tão dura,
estava entortando o garfo, fiquei tão estressado e empenhado em cortar aquele
pedaço, que o bife quase voou prato afora.
O ‘doutor’ percebeu a minha
luta solitária e barulhenta em cima do prato, e ficou me observando com um
sorriso sarcástico, enquanto ele comia com muita habilidade, manejando o garfo
e a faca com precisão de quem é expert em comer com tais aparatos.
Foi então que o meu drama
recomeçou, quando morria de vergonha pela própria timidez de comer na frente de
estranhos, todo tipo de perturbação acontecia comigo, derrubava o suco e não
conseguia acertar a minha boca com o garfo cheio de comida, sempre caia a
metade do seu conteúdo dentro ou fora do prato.
Esse constrangimento, da
perturbação de ter vergonha de comer na frente dos outros, acontecia no inicio
da minha carreira, quando comecei a trabalhar com carteira registrada e tinha
que levar marmita, faz um bom tempo é verdade, e eu pensando que tinha superado!
Não sei se estou regredindo,
mas acredito que o dilema de usar chinelos tenha sido o ‘gatilho’ para
sentimentos ruins voltarem à tona, resgatando sentimentos que pensava ter resolvido
faz tempo.
Pra acabar comigo, esse meu
patrão é muito brincalhão, disse a ele sobre o fato das pessoas ficarem
reparando nos meus pés, fixando seus olhares “curiosos”, me deixando
constrangido.
Diz ele que é normal, que as
pessoas são curiosas, estava começando a me sentir “normal” quando mostrei a
ele os meus pés e ele começou a dar risada, dizendo serem iguais os pés de
patos, ‘filho da puta’, ainda mato o meu patrão! (risos)
Mas a questão verdadeira que
não quer se calar dentro do meu cerebelo, são duas e a primeira; acho que as
pessoas deveriam disfarçar suas “curiosidades”, e observar discretamente, à
segunda; é preocupante o fato de descobrir que dificuldades do passado, não
foram totalmente superadas com o advento do amadurecimento!
Além do constrangimento das
pessoas fixarem seus olhares em minha direção, me sinto completamente impotente
em relação às dificuldades do passado, por eles subirem a tona e serem “resgatados”
com as experiências no presente tempo.
Paulo RK
Não me parecem feios ... se parecem pés de pato tenho q averiguar com detalhes e ao vivo. Sou podólatra, portanto não apareças à minha frente de chinelo pois vou encarar e ficar minutos eternos a observar ... haja constrangimento de sua parte ... #prontofalei
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