Com as minhas ‘próprias
crenças’ porque cada pessoa tem a sua versão, do que possa ser Deus para elas
mesmas, portanto nem quero que algumas pessoas de mentes fechadas se sintam
ofendidas, com o que vou falar por aqui no dia de hoje.
Não é novidade para ninguém
que sou budista, pratico desde 1999, e daquela época pra cá, posso dizer com
tudo que sou hoje, não consigo me imaginar sendo eu, sem ser budista.
Ao conhecer tal
filosofia/religião de vida, mudei radicalmente a forma errônea de como encarava
as pessoas e a vida, me fazia de vitimas de tudo e por todas as coisas ruins
que me aconteciam, sendo desse jeito vivia com medo das pessoas e do meu amanhã.
Não conseguia ver a luz no
final do túnel, a minha pessoa era carregado de ressentimentos e exalava e
distribuía mágoas por todos os cantos e com todo mundo.
Então ninguém me via ou
conseguia me ver com simpatia, porque é muito difícil sorrir normalmente para
as pessoas, imagina sorrir para quem sempre está com a cara fechada e de mau
humor?
Obviamente que a minha
mudança não aconteceu da noite para o dia após ter conhecido o budismo, pois
não funciona assim, tudo na vida é um processo, e tem o seu começo, meio e fim.
Tudo na vida das coisas boas
ou ruins, você sempre tem que começar pelo começo, parece estranho dizer assim,
mas é assim que funciona.
Porque ser imediatista só vai
te desanimar a desenvolver qualquer coisa que se propunha a fazer, por exemplo,
tem gente que quer perder a barriga, mas não se esforça para tirar a bunda
gorda da poltrona e fazer qualquer exercício que faça alcançar tal objetivo,
mas mesmo que comece a fazer, não queira perder a barriga de um dia pro outro,
pois como mencionei é tudo um processo, e como todo processo ele tem o começo,
meio e fim.
Voltando ao assunto, se eu
encontrei o budismo é porque na verdade, sabia que não podia continuar sendo
aquele garoto introvertido e problemático, porque sofria muito comigo mesmo, e
culpava as pessoas pelos meus infortúnios ao mesmo tempo, afirmava sofrer pelas
pessoas que amava e nada sabia fazer para ajuda-las a livrar dos seus
sofrimentos.
Então por dentro eu era uma
usina de conflitos, contradições, mágoas e ressentimentos de todos os tipos,
parecia que eu era um martelo e as pessoas pregos, saia martelando nas cabeças
das pessoas como se todo mundo fosse culpado pelo que estava passando comigo
mesmo.
Foi quando aprendi no budismo
que não precisava sofrer pelos sofrimentos das pessoas que amamos, e que para
podermos ajudar primeiro tínhamos que nos ajudar, porque para arrumar as casas
dos outros, as nossas tem que estar em ordem. (fato)
Na época não compreendia
direito tal condição, mas hoje é tão claro como a luz do sol que me ilumina o
dia, pois antes de ser budista eu vivia na escuridão da ignorância fundamental,
a condição daquele que não sabe de nada e por consequência sofre e sofre muito
neste mundo, pelas suas próprias condições.
Aprendi a recitar o mantra
Nam myoho rengue kyo, sendo ela a pratica principal do budista, é muito simples
recitar, ao mesmo tempo, que é complicado, pois mexemos com os nossos Carma
negativo desde os nossos primórdios até o presente dia de nossas vidas.
Funciona assim quando
recitamos o mantra mexemos como o nosso carma negativo, e recitamos justamente para
podermos transformar todos os nossos Carma negativo em positivo, que
inclusive são responsáveis pela nossa condição de vida atual.
Para quem não sabe CARMA em sânscrito,
significa AÇÃO, e como toda ação ela pode ser negativa ou positiva, e como
todos sabemos todas as ações geram reações. (ação=reação)
Por esta razão o budista não
acredita em deus tal como as pessoas da esfera ocidental do globo terrestre
costuma acreditar, porque para pessoas não budistas se acontecem coisas boas,
foi deus, e se acontecem coisas ruins foi o capeta, mas nenhuma delas lembra
que temos por direito o livre arbítrio, o poder máximo de decisão quando
podemos fazer as nossas próprias escolhas, assim como somos responsáveis por
todas as coisas que nos acontecem, seja boas ou ruins.
Nós budistas não acreditamos
num único ser que “administre” a vida de todos, se fosse assim o mundo não
estaria como está, mas acreditamos numa lei universal, perfeita e mística que administra
e com toda propriedade essa liberdade de escolha, que temos em nossas vidas.
Portanto nós budistas temos a
consciência de que podemos fazer o bem ou o mau, mas que toda a nossa ação
sendo positiva ou negativa, gerará consequências como é a própria reação.
Então compreendi que eu não
posso mudar as pessoas e o mundo para o melhor, mas mudando a mim mesmo para o
melhor, estaria colaborando com um mundo melhor.
Na filosofia budista aprendo
a me amar de verdade, hoje sou apaixonado por mim mesmo, e sem essa de narcisismo,
menciono que se você se gosta, e se ama as pessoas começam a reparar em você, por
consequência você demonstra tal amor na sua própria aparência externa, chamando
a atenção das pessoas que nunca repararam em você! (simples assim)
É um erro cobrar das pessoas
dizendo que elas não gostam de você, quando na verdade é você mesmo que se
ODEIA! (risos)
Do ponto de vista budista,
esse divino que todos chamam de deus, pode habitar um único lugar, e nenhum
outro que não seja dentro de nós mesmos.
Buda não é um deus, é um
estado de vida que todos nós podemos atingir ao nos livrar das nossas próprias ignorâncias
fundamentais, só você pode ser o teu pior inimigo, assim como só você pode ser
o teu salvador!
Nos tempos difíceis como as
que vivemos no Brasil e no mundo atual, eu percebo muitas pessoas vivendo em
suas ignorâncias e sofrendo por elas, mas elas nada fazem para melhorar suas
condições de vida, pois acreditam que um dia, “deus” os livrará de todos os
males da terra.
Este deus tal como elas
imaginam não existe, se elas mesmas não se conscientizarem de que elas próprias
precisam fazer suas partes para manifestar tais poderes divinos, e procurar
melhorar suas condições neste mundo, morrerão sofrendo pelas suas próprias
crenças errôneas.
Observo muitos religiosos que
vivem dizendo amém, que só deus é poderoso, quando elas mesmas não fazem nada
para comprovar tal crença, mudando seus aspectos de misérias materiais e
infelicidades espirituais, lembre-se que está escrito na própria literatura
sagrada de quem é “fanático” por deus; ‘faça por onde te ajudarei’!
Acreditar por acreditar não
te levará ao reino dos céus ou a qualquer outro lugar melhor do que este inferno que
vivemos aqui na terra, mas quando somamos a crença com as nossas atitudes
positivas em relação a nós mesmos, nada neste mundo pode nos derrubar ou
impedir de sermos felizes, porque se deus existe, ele só pode habitar dentro de
cada um de nós, e em nenhum outro lugar neste imensurável e vasto universo.
Então comece agora, nunca é
tarde, se realmente acredita no poder do divino, pare de falar e comece a agir
em prol da tua própria felicidade, pois só pode fazer feliz alguém, quando
somos verdadeiramente felizes neste mundo!
Paulo RK
Hoje e não sigo qualquer religião, depois de uma vida quase inteira de buscas. Aprendi exatamente o que você, com clareza, expõe nesta sua reflexão. Hoje, sou um cara extremamente feliz e em paz. Não tenho medos, angústias e coisas similares. O marido de minha prima também é budista e adoro conversar com ele. Aprendi e aprendo muito com ele neste meu processo de auto-descoberta. Mas continuo meio arredio a frequentar qualquer religião institucionalizada. Destaco aqui trechos que você, brilhantemente registrou:
ResponderExcluir"Então compreendi que eu não posso mudar as pessoas e o mundo para o melhor, mas mudando a mim mesmo para o melhor, estaria colaborando com um mundo melhor.
Na filosofia budista aprendo a me amar de verdade, hoje sou apaixonado por mim mesmo, e sem essa de narcisismo, menciono que se você se gosta, e se ama as pessoas começam a reparar em você, por consequência você demonstra tal amor na sua própria aparência externa, chamando a atenção das pessoas que nunca repararam em você!"
"Do ponto de vista budista, esse divino que todos chamam de deus, pode habitar um único lugar, e nenhum outro que não seja dentro de nós mesmos.
Buda não é um deus, é um estado de vida que todos nós podemos atingir ao nos livrar das nossas próprias ignorâncias fundamentais, só você pode ser o teu pior inimigo, assim como só você pode ser o teu salvador!"
Parabéns, ótimo texto.
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