Esta cada vez mais difícil ser eu mesmo, a sociedade me força a ser um grande mentiroso!

Apreendi com a minha mãe , que a sinceridade é a melhor qualidade que um ser humano pode praticar, com o seu semelhante. Sinceridade em tudo, falar para as pessoas o que mais nos desagrada nelas, e principalmente, sincero nos sentimentos, no expressar, e em nossas atitudes. Sou muito fácil de ser identificado quando estou de mau humor, apesar de ser raríssimo me ver neste estado de vida, pois poucas coisas me tiram do sério, “mas acontece”, pois sou um ser humano, como qualquer um de vocês. O relacionamento social humano, está cada vez mais complexo, apesar das pessoas afirmarem convictamente, que gostam da sinceridade alheia, poucos estão preparados para ouvir “opiniões sinceras”! Não querendo justificar um ato que abomino, por ser de natureza nefasta, mas confesso, ultimamente tenho mentido para muita gente, e com certa frenquencia. “Mentir”, não para prejudicar as outras pessoas, mas mentir, para viver em harmonia com elas. Quarta feira, um cliente me perguntou, sobre as suas habilidades financeiras, sem titubear, respondi que lhe faltava amadurecimento nesta área, pois boa parte da sua economia, é porca, ou seja mau aproveitada. O dinheiro foi feito para ser usufruído, qual o sentido da vida, ganhar e não tirar proveito, com tudo que ela pode comprar e nos proporcionar? Deixar de comer ou fazer coisas que gostamos, só para economizar, do meu ponto de vista, é uma economia porca! Pois conhecemos muitos exemplos, de pessoas que juntaram dinheiro a vida inteira, deixando toda a fortuna acumulada após o seu falecimento, para as outras pessoas usufruírem. Qual o sentido e a lógica deste procedimento? Do meu ponto de vista, dinheiro é pessoal e meritório, por esta razão devemos associar a nossa economia, com os nossos prazeres em vida. Não estou falando em “esbanjar ou torrar” toda grana ganho no mês, mas tirar proveito, de cada centavos, em benefício próprio. Tem gente que tem dinheiro, e deixa de comer pizza, deixa de ir ao cinema, “deixa de fazer isso ou aquilo”, em detrimento da sua própria felicidade e satisfação pessoal. Ridículo! Qual o sentido de se ganhar tanto dinheiro, e não usufruir deixando de tirar vantagens, de cada gota do seu suor? Pra que fui falar isso? Tal afirmativa, revelou o lado monstro inerente da pessoa, uma transformação do tipo, "o médico e o monstro," do clássico filme de terror, do doutor Jekyll. O meu cliente mudou da agua pro vinho, e todas as gentilezas se tornaram hostilidades num piscar de olhos, cogitando até a possibilidade, de ser descartado, e nunca mais prestar serviços para ele. “Tudo por que fui sincero,” exemplos de vida como estes, me forçam a mentir. Hoje ser mentiroso, é uma defesa pessoal, para garantir a minha própria qualidade de vida, pode até ser que a sinceridade, tenha sido bom, mas na época dos meus pais, hoje não mais. Infelizmente, o mundo contemporâneo vive de aparências, nos tempos “modernos”, está cada vez mais difícil encontrar pessoas, com quem podemos nos identificar, pois ninguém mais tem identidade própria, todos procuram ser tudo, menos elas mesmas. Sustentando mentiras, para se dar bem, pois se você quiser se “encaixar”, ou viver em harmonia com tais pessoas, precisa aprender a mentir, omitir e falar coisas agradáveis que elas "querem" ouvir. O meu comportamento negativo, é em função das hostilidades alheias, e espero ter justificado com dignidade, todas minhas mentiras, pois ninguém gosta de ser mal tratado, só porque aprendeu com a mãe, que a sinceridade é um sentimento nobre! Paulo RK