Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Uma semana


Hoje às 17horas e 35 minutos, cheguei em casa, e novamente “aquela” recepção calorosa imaginária, quando as paredes, os móveis, o CDs, DVDs e os livros nas prateleiras gritam em alvoroço.
Eles gritam o meu nome, com uma incontrolável emoção, misto de tietagem e orgulho ao me verem, só para ilustrar, é mais ou menos como as fãs do cantor mirim Justin Biber fazem, é muito emocionante.
É nessas horas que percebemos o quanto somos queridos pelos móveis, e todos os nossos objetos de consumo, adquiridos ao longo de nossas vidas.
De certa forma, sinto a gratidão desses “seres” inanimados, pois cuidamos deles, limpando de vez enquanto, organizando e retirando todo o pó da semana, acumulados sobre eles.
Apesar da solidão, que de vez enquanto bate na gente, morar sozinho tem as suas vantagens, ninguém meche nas nossas coisas, e tudo que deixamos de manhã ao sair de casa, ao voltarmos estará lá, do mesmo jeito.
As vezes o silêncio é tão ensurdecedor, e logo que chego em casa, costumo ligar a tv para quebra-la.
Estava passando um filme, e falava de um professor, que foi diagnosticado com câncer, e após a descoberta, ele começa a reavaliar a sua vida como professor de inglês e o seu noivado.
Comprou uma moto e decidiu cruzar o Canada, e em sua jornada de descobertas, o personagem chamado Ben Tayler, começa a valorizar a sua vida.
Infelizmente o filme estava acabando, e o nome do filme era, ‘uma semana’, e foi o tempo de vida, que os médicos lhe deram.
Vou procurar assistir este filme do inicio ao fim, mas a questão é, que o nome e o tema do assunto abordados, mexeram muito comigo.
Não pude deixar de imaginar na situação do protagonista, costumamos a “viver” as nossas rotinas, sem explorar as nossas verdadeiras capacidades criativas de superação.
E muitas vezes reclamamos muito mais, do que agimos em prol de uma vida melhor.
É como se a rotina, e o ato de reclamar nos impedisse de enxergar como a vida é efêmera, e o tempo muito curto, para nos preocuparmos com coisas tão pequenas e insignificantes.
Então algum profissional da área da saúde, chega com uma bomba desta, informando que você tem alguns dias, semanas e meses de vida, é como se tirassem o chão de seus pés.
Imagino que nessas horas, qualquer pessoa comece realmente a valorizar o que ela sempre desprezou em toda a sua vida, ou seja, a sua própria vida.
Afirmo tal condição, porque percebo que nunca ninguém está satisfeito consigo mesmo, as pessoas vivem sempre de olho na festa alheia, achando quase sempre, que a melhor festa é a dos outros.
Então convido a todos que acompanham a leitura deste blog, para analisarmos melhor as nossas condições e valorizar mais a nossa estadia neste planeta.
Que não precisemos de alguma noticia ruim, ou marcar uma data para o nosso fim, para reavaliar ou começar a viver, vamos fazer isso conscientemente e sem nenhuma pressão extrema.
Afinal de contas, precisamos de tão pouco para sermos felizes, não acham?
Paulo RK

2 comentários:

  1. talvez esta seja a maior frustração q trago até hoje em minha vida ... ter o meu canto ... só eu, meus móveis, meus discos, meu computador e meu silêncio ... vc descreveu a cena do chegar em casa exatamente como eu me imagino caso assim vivesse ... qto á segunda parte eu passei por isto duas vezes na vida ... estar com um atestado de óbito assinado e em mãos, só faltando datar ... desde o primeiro episódio eu venho sobrevivendo por 19 anos e confesso ... foram os 19 anos mais ricos de minha vida ... ano passado ao final do ano novo susto, mas a experiência anterior está me fazendo superá-la com uma tranquilidade absoluta ... assim querido seu convite à reflexão é perfeita, pois só nos damos conta da importância da vida e de nós mesmos enquanto SER no momento em q vivemos um caos desta natureza. Com certeza não deveria ser assim ... bjão

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  2. Isso de reavaliar a vida acontece também quando perdemos alguém muito próximo e querido ...Paulo, aconteceu comigo e me fez decidir por levar a vida com mais leveza e bom humor.
    Abraços e ótimo final de semana.
    Sílvia

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