Paulo Rk

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Contemplação da mente

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Deus?

Como justificar determinadas atitudes humanas em nome de um deus subjetivo que se quer justifique tamanhas atrocidades cometidas contra a nossa própria humanidade em nome dele?
Tem gente no mundo que em pleno século XXI, ainda acredita em ‘guerras santa’!
Não sou o dono da razão por afirmar convictamente determinadas realidades das condições humanas, apenas falo o que observo dos comportamentos alheios que considero errôneos praticados contra o seu semelhante, não sendo, portanto um julgamento da minha parte.
A verdade é que tem pessoas fanáticas que não aceitam o que mencionamos e muito pior, quando falamos convictamente elas se ofendem dizendo que estamos ‘falando mal’.
Desde quando falar verdades é falar mal de alguém?
Não perco meu tempo falando mal de quem quer que seja, e só critico algumas pessoas do meu entorno quando elas causam algum transtorno desnecessariamente em minha vida.
Mas mesmo assim, não revido em palavras ou em atitudes, porque o mal dessa gente ignorante é que elas mesmas se fazem um grande mal e não percebem o quanto perigosas são para si mesmas.
Pessoas verdadeiramente religiosas são diferentes das pessoas fanáticas, porque os fanáticos não conseguem praticar o amor ao próximo porque se quer são conhecedoras do que eles chamam  de ‘palavras do divino’.
Tenho uma vizinha que vive dizendo, ‘oh glória, amém e deus é mais’, mas vive fofocando, falando mal das outras pessoas e muito pior sente inveja dos outros, plantando a sementinha da discórdia através de suas línguas malditas e atitudes duvidosas.
E não estou julgando, porque suas atitudes demonstram bem no que estou falando, na verdade estou afirmando o que todo o pessoal da vizinhança sabe, não sendo novidade para ninguém.
Essa gente vive repetindo em voz alta que devemos amar o próximo como a nós mesmos, mas na pratica vivem julgando as outras pessoas e praticam desinteligências em suas vidas, causando transtornos na vida das outras pessoas em nome de um “deus” que elas próprias não conseguem compreender.
Certa vez um amigo evangélico me convidou para ir a sua igreja, fui sincero que não iria para agradar e talvez futuramente fosse por curiosidade para aprender algo relevante que até então desconheço desse pessoal, que vive a julgar as outras pessoas.
Percebendo a minha “hostilidade verbal” o amigo disse que se não fosse iria ficar chateado comigo!
Disse a ele para não ficar, pois deus só pode habitar num único lugar neste mundo e universo dentro de nós mesmos, e se crermos num mesmo deus, feito de amor ao próximo e bondade infinita, compreenderemos que não precisamos ir a igrejas ou qualquer outro lugar para encontrar, bastando estar em paz comigo mesmo.
Acho que fui convincente, pois ele nunca mais tocou no assunto ou me convidou novamente, e acho que apesar da “fé” que ele e sua família “alegam possuir” nem mesmos eles estão mais frequentando com a mesma intensidade com que eles alegavam frequentar.
Porque acredito que tais manifestações exageradas de fé cega, se quer podem ser consideradas ‘fé genuína’, mas fanatismo de quem tem que convencer as outras pessoas do que elas mesmas não conseguem se convencer.
Porque quando acreditamos em algo do plano superior somos tranqüilos, falamos com convicção e agimos ou pelo menos procuramos agir corretamente, procurando ser assertivos em tudo que fazemos nesta vida, não nos preocupando com assuntos alheios, tratando apenas dos assuntos pertinentes com as nossas vidas para vivermos inclusive em harmonia com todos.
Mas nunca julgamos quem quer que seja, pois sabemos que amar ao próximo é saber perdoar, e compreender as diferenças e respeitar mostrando o caminho para aqueles que erram ou cometeram graves erros no passado, para não mais cometerem erros em suas vidas e pararem de sofrer.
Este mesmo amigo mencionou que ninguém gosta de evangélicos e todos “perseguem” os membros desta religião, então disse a ele que tal “perseguição” se dá pelo próprio comportamento hostil deles, que é o de julgar o que eles não conhecem.
Quem de nós nunca cometeu erros em todas as nossas vidas para podermos apontar o dedo ou mesmo julgar quem quer que seja ninguém é perfeito, viemos ao mundo para aprender, então estamos no mesmo barco, não sendo necessário agirmos com a desprezível mania de julgar pessoas, culturas ou realidades de vidas que não conhecemos!
Tem mais, este meu amigo evangélico é muito bom comigo, por enquanto ele tem sido justo em todos os assuntos pertinentes aos nossos negócios, das parcerias que temos acordado juntos, mas de vez enquanto ele me direciona maldades que não se encontram dentro de mim, mas dele mesmo.
Então eu “brinco” nas palavras dos próprios evangélicos dizendo ‘vigie irmão’, tire as suas maldades do seu coração, pois ela não habita dentro de mim, fazendo o calar!
Sou budista e não acreditamos num deus central, como aquele que pode tudo, se ele realmente existisse tal como todos acreditam convenientemente, não haveria a necessidade da grande benção que ‘herdamos’ ao nascermos neste planeta e mundo, que é o poder do livre arbítrio.
É muita contradição o que eles afirmam, ‘somos abençoados por este poder que confere a nós total liberdade de fazermos o que bem entendemos das nossas vidas’, e ao mesmo tempo em que tais fanáticos religiosos afirmam que ‘não somos nada perante esse deus todo poderoso’, onipotente e onipresente!
Portanto nunca poderia seguir uma religião que me deixasse mais confuso perante a minha vida e as pessoas do mundo, afirmando tais condições sem lógica e sentido algum.
Aprendi no budismo que não temos que conjecturar o que não conseguimos compreender, mas viver a realidade de cada dia, a nossa vida real em paz, procurando dar o nosso melhor e fazer o melhor para as pessoas sem cultivar sentimentos de ódio, desprezo e o desamor, coexistindo com todos de forma harmônica.
Que outra maneira eficaz de provar as outras pessoas das nossas verdadeiras crenças do divino, do que através das nossas próprias atitudes de amor e respeito com nós mesmos e principalmente com o próximo!
Quando me deparo com um intolerante religioso que teima em dizer coisas horrendas sobre o budismo para mim, eu simplesmente o ignoro, mas mesmo assim se ele insistir na sua própria falta de convicção em seu deus, eu aprendi a fazer o calar dizendo, ‘graças ao seu “deus”, eu sou budista’!
Acho que para um bom entendedor meias palavras bastam e acho que tem sido suficiente, pois quase sempre eles se calam e me deixam prosseguir em paz com as minhas próprias convicções que muito habilmente comprovo em minhas atitudes. (risos)

Paulo RK 

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