Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Suicídios


Recentemente uma amiga no whatsapp me informou sobre a morte de um conhecido que se suicidou, já não gosto de pessoas que ficam fazendo das mortes alheias um assunto principal, particularmente eu prefiro que a pessoa fale dela mesma, dos seus planos profissionais, estudos, sonhos e objetivos futuros.
Enfim daí eu usei um emoticon rindo, e ela me perguntou se eu estava louco!
Falei de boa, mas independendo dos problemas que ele tinha em vida, nada justifica atentarmos contra as nossas próprias vidas, e acredito que não nos cabe tal direito e nem a ninguém de praticar o suicídio, aprendo na maioria das religiões e principalmente no budismo, que o pior de todos os pecados é atentar contra a vida de alguém e muito pior contra a nossa própria.
Pra quem não sabe o maior tesouro de todos os tesouros deste mundo e quem sabe do próprio universo são as nossas vidas e de qualquer outro ser (humanas ou não), por esta razão não devemos banalizar, acordar para mais um dia de vida é uma grande dádiva.
Por esta razão tem gente que nascem aleijados neste mundo, acredito que seja a vida ensinando a essas pessoas a valorizarem o valor da vida, independendo das suas circunstancias, a vida sempre nos dá chances para nos redimir dos erros passados.
Obviamente que se eu encontrar com a família do suicida não serei estúpido o bastante para explicar tal realidade, ou agirei com a mesma frieza de não demonstrar comoção, afinal de contas eles são católicos fervorosos e para eles sempre tem um culpado que não a pessoa que optou em cometer tal estupidez.
Pois fanáticos religiosos parecem ignorar o conceito do livre arbítrio, preferindo responsabilizar a deus todas as vezes que acontecem coisas boas em suas vidas e ao “demônio” todas as vezes que acontecem coisas ruins.
Mas nenhuma delas analisa suas próprias condutas e se quer refletem sobre suas próprias maldades interiores, preferindo julgar as outras pessoas pelos seus próprios infortúnios e fracassos nesta vida.
Não me admira que pessoas fanáticas “vivem” sempre nas mesmas, barganhando com um deus que se querem elas conseguem acreditar, invocando por algum acontecimento extraordinário que aqui todos chamamos de milagre, sem se querem fazer esforços em suas vidas.
Para quem não sabe se não agir nem tem como conquistar alguma vitória nesta vida, é até bíblico, se não me engano está escrito assim: ‘faça por onde eu te ajudarei’!
Sou budista e não consigo ser ou pensar diferente tudo está em nossas mãos através dos benefícios e direitos que todos temos do livre arbítrio, dizem que o livre arbítrio é um poder que todos ganhamos ao nascermos.
Temos esse dom e poder, mas pessoas são covardes e não gostam de assumir os resultados de seus próprios erros, preferindo viver uma vida irresponsável ‘terceirizando’ todos os resultados negativos das mesmices praticadas em suas vidas.
Posso estar parecendo cruel em afirmar que não me solidarizo com quem se matou, pois quando eu trabalhei num hospital, testemunhei muitos jovens e alguns não tão jovens, lutando para estarem vivos, e a despeito do que a medicina alegava, eles contrariavam todas as possibilidades negativas médica.
Alguns conseguiam viver muito mais do que o prazo que o doutor tinha previsto, outros se superaram, vencendo até o destino da própria morte.
E tudo isso não atribuo ao milagre, e nem poderia, pois sou budista, mas sei que foi da decisão da pessoa enferma em querer viver, fazendo o uso do livre arbítrio ela venceu, superando todas as previsões pessimistas e negativas da medicina.
Aprendi na filosofia budista que conseguimos superar tudo nesta vida, não existe o impossível para quem realmente está disposto a se superar.
Estou estudando, me aperfeiçoando para ser um palestrante motivacional, quero viver incentivando e motivando as pessoas, e para eu criar o meu próprio estilo tenho que assistir a várias palestras de pessoas que se superaram nesta vida.
Acreditem tal estudo está sendo muito esclarecedor, estou vendo quanto sou medíocre por às vezes sentir dó de mim mesmo por não conseguir alcançar determinadas metas e objetivos em minha vida.
Sendo que tem muita gente neste mundo, com dificuldades e limitações muito maiores do que as nossas, fazendo muito mais em prol da felicidade das outras pessoas do que eu próprio tenho feito por mim mesmo ou pelas outras pessoas em toda a minha vida!
E através destes estudos que venho realizando descobri o quanto a minha vida é patética, por não ter uma missão de vida maior que o meu próprio egoísmo existencial (ego), de querer ser alguém só para ostentar qualquer valor mundano fútil.
Compreendi a tempo e quero fazer a diferença neste mundo na minha vida e na vida das pessoas, despertando em mim mesmo e consequentemente nas outras pessoas a alegria pela vida.
Definitivamente isso não tem preço!
Neste exato momento em que estou escrevendo este texto, em muitos hospitais infantis, inocentes crianças estão lutando para se manterem vivas a qualquer custo.
Não só crianças, velhos e jovens estão lutado contra alguma doença, querendo permanecer vivas, então uma pergunta sobe a tona; por que desperdiçarmos as nossas vidas por tão pouco?
Paulo RK


Um comentário:

  1. Parabéns pelo artigo Paulo. Muito bom. Comungo das suas observações. Nada justifica tirar a própria a vida, uma vez que podemos usá-la para ajudar tantas vidas que batalham contra a mortes em hospitais e zonas de guerra etc.

    Parabéns e que mais artigos como esse cheguem aos que estão perdidos em suas decisões.

    Vânia Regina

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