Certa vez um amigo,
inconformado pela morte do seu pai me procurou perguntando aonde iríamos após
as nossas mortes.
Fiz uma analogia que aprendi
com um membro do budismo: Pegue um protetor de dedos, daqueles que as nossas avós
usavam para proteger seus dedos quando costuravam com agulhas, e colha da sua
casa um pouco de agua colocando na dedeira, imagine ser seu pai aquela pequena
quantidade de agua colhida dentro da dedeira. Leve a tal dedeira com a agua e
despeje aquela agua dentro da piscina do clube do Corinthians.
Podemos comparar a quantidade
de agua contido naquela imensa piscina como o vasto e imensurável universo, e
aquela pequena quantidade contida na dedeira, o seu pai.
Então você “descarregou” o
seu pai dentro do universo, a pequena quantia de agua se fundiu com aquela
grande quantidade de agua, você não
saberia ou poderia encontra-lo de novo
com ele, mas não pode negar que ele está dentro daquela piscina, fazendo parte
de um todo, de toda aquela massa de agua. (latente e inerente)
Ouvi uma vez de uma pessoa
espírita que quando morremos ficamos latentes dentro do universo até novamente
sermos despertados pelos nossos karma, e renascermos novamente em qualquer parte
deste universo, não necessariamente neste mundo, dependendo muito dos nossos karma, como missão!
Percebam que tanto no budismo
quanto no espiritismo existe algo em comum entre eles, o fato de pertencermos a
um todo, de fazermos parte de uma realidade só, e da condição de termos que
renascer conforme os nossos karma, para podermos evoluir espiritualmente.
Quando expliquei tal
aprendizado ao meu amigo ele se mostrou mais conformado com a morte de seu pai,
compreendendo bem que todos, sem exceção temos as nossas datas, horas e minutos
para partir da terra.
Outra condição de tristeza
humana é “perder” alguém que amamos, na verdade, as pessoas devem buscar abrir
suas mentes e compreender que ninguém é de ninguém, nem nós mesmos nos pertencemos,
somos todos ‘provisórios’ neste mundo, pegamos emprestado este corpo, esta
personagem e nascemos dentro de uma família, pela própria afinidade do carma
que criamos em vidas passadas.
E por que não devemos chorar
pelos entes queridos falecidos?
Vou contar uma história verídica
que aconteceu com o irmão de um amigo meu, segundo ele próprio, a sua mãe não
se conformava pela perca do seu irmão mais velho, e todos os dias chorava e
lamentava por ele ter partido jovem.
Numa noite a sua irmã sonhou
com o seu irmão falecido pedindo a ela para que pedisse a Mãe parar de chorar,
pois ele estava sofrendo e não conseguia partir para sua grande jornada.
Desde então a Mãe
inconformada parou de lamentar e prosseguiu a sua própria vida, tentando se
conformar com a lamentável perda, imagino que seu filho falecido tenha
prosseguido de forma tranquila a sua jornada para a sua evolução espiritual.
Pois dizem que quando nos “apegamos”
com aqueles que partiram, “seguramos a alma da pessoa”, pois sentimentos são
fortes e reais, e transcendem as fronteiras entre a vida e a morte, e podem até
prejudicar aqueles que cumpriram suas missões aqui na terra, para que eles
possam cumprir suas missões conformes seus karma terrenos em outras e futuras
vidas.
E dizem que quanto mais nos
apegamos às memórias dos falecidos, mais sofremos na terra, porque causamos os
sofrimentos daqueles que partiram, “aprisionamos” os entes queridos num lugar
escuro, entre a vida e a morte.
Acredito com base nos meus
conhecimentos que a melhor forma de colaborarmos com aqueles que um dia amamos
aqui na terra, é deixarmos os nossos apego e de certa forma os nossos egoísmos,
e liberta-los para as missões neste imensurável e misterioso universo.
As únicas coisas boas que
podemos fazer para eles, são as orações, por esta razão em todas as religiões
existem um momento ou partes de seus escritos sagrados que dedicam aos
antepassados.
Acredito muito nesta teoria,
e antes que alguém me critique por estar falando de um assunto delicado e
subjetivo, falo com base nos conhecimentos adquiridos, e tudo que falei até
agora não deve ser considerado a única verdade de todo, pois ninguém é o dono
da verdade, cada qual com a sua realidade, mas se tiver uma mente aberta,
perceberá como eu, que todas as religiões do mundo falam as mesmas coisas.
Menciono favor não considerar
as únicas verdades, pois são interpretações pessoais de tudo que aprendo no
budismo e com todas outras religiões existentes no mundo!
Infelizmente as pessoas
bitoladas e mentes fechadas, não conseguem compreender que o processo da morte
é tão natural quanto à vida, que todos os seres vivos desde um micróbio, um
inseto, um pássaro, até os maiores como baleias, teremos que um dia partir
deste mundo.
Portanto o mais importante
nesta vida é vivermos intensamente como se não houvesse o amanhã, lembre-se de
um dito popular que eu respeito muito e ele diz; Só teme a morte quem não vive
a sua própria vida!
Paulo RK
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