Paulo Rk

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Contemplação da mente

domingo, 26 de abril de 2009

Sobre elefantes,e encolhedores de cabeças humanas




Entre elefantes e encolhedores de cabeças humanas.

Ao meu querido amigo Marcelo, da turma de 2002, Mackenzie, solicitou que eu escrevesse algo sobre o C3I, conceito de inteligência utilizado na guerra fria, me perdoe.
Mas no momento, não estou preparado para escrever algo sobre este assunto, mas estou pesquisando, para falar de forma clara e objetiva, no próximo blog.
Conceito tão antigo, quanto a guerra fria, mas muito recentemente utilizado no meio urbano, para o combate da crescente criminalidade.
Fiz uma votação, e o assunto deste blog, será sobre “paradigma”, ela ganhou de 5x1 votos, não é descaso, prometo, escrever sobre o C3I, no próximo blog, com muitos detalhes, com o qual espero compensar a tua espera.
Optei por falar em paradigma, pois achei, que a palavra,que tem como definição no dicionário, modelo, padrão, mais perto da realidade em que vivemos hoje.
Nos anos 90, li sobre uma matéria, que falava sobre a tendência mundial do conceito de produção industrial. Segundo esta matéria as indústrias de produção de bens de consumo nos moldes antigos, estaria com seus dias contados no século XI.
Pois no novo conceito, a produção seria por demanda ou seja a indústria só produziria, aquilo que a sociedade seria capaz de consumir ou quando solicitado.
Nada de grandes maquinários, e grandes quantidades de funcionários trabalhando em dois turnos.
Na verdade este conceito, já é utilizado pela fabricante de veículos chamada Toyota, empresa enxuta que produz, exatamente o número de veículos, atendendo a demanda de um determinado mercado.
Podemos ver, e sentir que, o assunto abordado na matéria, está se materializando desde o ano passado, 2008, quando foi anunciado a crise financeira mundial.
Grandes indústrias , estão demitindo em massa, e isto não se resume a um único país, o efeito é global.
Antes, poderosos fabricantes de veículos, como a General Motors, estão fechando fábricas e suas subsidiárias em vários países.
E a cada dia, nos jornais, o número de desemprego aumenta, chegando até a nos dar um “friozinho” na barriga.
Sim, pois estamos inseridos dentro de uma única realidade, a realidade que todos nós criamos.
Nascemos, crescemos e envelhecemos, dentro de uma sociedade consumista, o paradigma humano, de consumo desenfreado, deve ser reformulado e com uma certa urgência.
Ontem, o cidadão trabalhava para comprar roupas, trocar o carro de ano em ano, quadros, perfumes caros, tênis de marca, enfim, artigos que hoje não faz mais parte, de prioridades em sua lista de compras.
Ao menos, em termos de Brasil, sinto que a nossa realidade de necessidade, está cada vez mais voltada para as questões básicas, como alimentação e moradia.
Muitos brasileiros, vivem em condições desumanas, muito abaixo da miséria, se comparada, com os outros países nas mesmas condições de desenvolvimento econômico.
Na minha opinião, enquanto não mudarmos o nosso paradigma, de ter um emprego com carteira assinada, décimo terceiro entre outros benefícios, só estaremos colaborando para o aumento do número de índice de desempregados.
Estamos tão condicionados, com este paradigma, que nem ao menos enxergamos , as oportunidades que uma crise deste porte pode gerar.
E algumas vezes, as oportunidades, podem estar do nosso lado, mas estamos tão condicionados, que nem percebemos, indo sempre atrás de um emprego, nos moldes antigos.
Quando pequeno, fui ao circo perto de casa com o meu pai, este curioso e espantado, perguntou a um rapaz que alimentava um enorme elefante, por que o mesmo não escapava de um pequeno tronco preso a sua pata?
O mesmo explicou que quando este elefante era pequeno, o tronco era grande, o suficiente para mantê-lo preso, hoje o elefante cresceu, e o tronco se tornou demasiadamente pequeno, em relação ao seu tamanho.
Só que a sua mente, não cresceu em relação ao tronco, por isto continuava preso a ele, mas com certeza, se ele despertasse, ele poderia arrastar o pequeno troco e sair para a sua liberdade.
Nós sabemos disto, mas o elefante não, em sua mente condicionada, aquele pequeno tronco, ainda o mantém preso, sem qualquer possibilidade de se libertar.
É mais ou menos, o que está acontecendo conosco, em relação esta crise .
Um outro exemplo, que gostaria de citar é sobre dois professores da Universidade da Califórnia, eles queriam defender a sua tese na prática e não na teoria.
Sobre crescer dentro de uma cultura, aceitando este como uma única realidade, adotamos como um paradigma e sofremos com as suas conseqüências, sejam elas positivas ou negativas.
Eles viajaram para o Haiti, sabendo que lá existe um curandeiro, muito poderoso, e todas as vezes que este se sentia ameaçado por um dos seus inimigos, ele simplesmente encostava uma cabeça humana, encolhida por ele mesmo, e logo dentro de alguns dias, seu inimigo não conseguia falar,não conseguia ingerir alimentos e por fim sucumbia.
Após a morte, o curandeiro, cortava a cabeça de suas vítimas e as encolhia utilizando-se de técnicas milenares, e como uma forma de troféu exibia a cabeça para a sua tribo.
Reforçando com isto, o respeito e a fama de poderoso curandeiro.
Ao presenciar este fato , estes dois professores universitários, “desafiaram” este curandeiro, e pediram que tal feitiço fosse jogado contra eles.
O curandeiro êxitou , alegando não ter razões para que o fizesse, mas por insistência dos mesmos, ele acabou por fazer.
Seis meses se passaram, e nada aconteceu com os professores, eles voltaram para a Califórnia, e concluíram sua tese.
Reforçando ainda mais aquilo que eles acreditavam, que o poder da crença é muito mais forte do que a própria realidade.
O povo da tribo nasciam e cresciam, ouvindo as estórias do grande curandeiro, mas, mais do que ouvir, eles presenciavam aqueles fenômenos, logo aceitavam como realidade, sofrendo as suas conseqüências.
Portanto somos como os elefantes e o povo da tribo encolhedores de cabeças humanas, crescemos dentro de uma realidade, e não ousamos a mudar os nossos paradigmas, fazendo sempre aquilo que fomos condicionados a fazer.
Precisamos ousar, lembrando que esta situação só terá um fim o dia em que cada um de nós tentarmos quebrar o tão costumeiro paradigma de nossas vidas.
Acho que esta crise global, está para ficar, e convidando a todos nós, para quebrar nossos próprios paradigmas e começarmos a viver uma nova realidade e com mais qualidade de vida.
Agradeço por terem lido até o último parágrafo. E espero ter expressado o meu raciocínio de forma clara e objetiva.

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