Paulo Rk

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Contemplação da mente

domingo, 12 de setembro de 2021

JAPA GAY? COMO ASSIM? NÃO ESTOU ENTENDENDO! (RISOS)


 

Meu blog, meu filho é a “minha cria”, que saudades, confesso que tentei várias vezes desativar, mas não consegui, é como se eu tivesse uma dívida de gratidão emocional com ele, que certamente foi para mim uma tábua de salvação por um bom tempo.

Num período fatídico da minha vida, quando enxergava a realidade ao meu redor com pouca clareza, de forma dramática, tinha os piores pensamentos a meu respeito e sobre as pessoas, mal conseguia falar com elas devido a minha timidez exagerada, me tornando numa pessoa completamente esquisita e hostil com todos, de todo não sendo um exagero dramático essa minha descrição do que eu fui num passado não tão recente, pois como todos devem saber, ou não, sou herdeiro, herdei da minha família a esquizofrenia.

E foi por sugestão de amigos que comecei a escrever este blog, onde de certa forma consegui a organizar melhor os meus pensamentos e falar com mais clareza, no que pensava e desejava externar para as pessoas do meu entorno, ‘não estou 100%’, mas hoje consigo expressar melhor e externar meus sentimentos e pensamentos mais profundos, com mais clareza, quando as pessoas me entendem melhor, o que antes elas pensavam que estavam debochando com a cara delas.

Pois é; não herdamos da família, riquezas materiais, belas características genéticas, ou quaisquer itens tão almejados pela nossa espécie humana, mas patologias, a gente nem precisa se preocupar, porque a transmissão é automática, você querendo ou não, pode contar que em algum momento da sua vida, manifestará tudo aquilo que você mais odiou pertencendo à família em questão, seja uma deficiência física, uma anomalia mental e ou comportamental, me permito falar com muita propriedade, pois bastava você ficar comigo por uns cinco minutos que você notaria algo de muito estranho no meu comportamento, a principio você poderia me julgar e acreditar que eu era mesmo um retardado, mas passados os cinco minutos, você teria certeza que eu tinha algum retardamento mental, e por conseqüências afastaria de mim.

O tempo passa e a gente amadurece, e aprendemos muito sobre nós mesmos, ao mesmo tempo em que aprendemos a lidar com as nossas próprias limitações e dificuldades pessoais.

O amadurecimento é uma benção, já dizia o meu falecido pai, ele sempre me dizia que com o tempo tudo melhoraria e a minha vida seria mais equilibrada, mais leve e de certa forma mais prazerosa, ele falava isso todas as vezes que me via chorar, eu sempre fui uma criança chorona, não sei se era porque era o caçula, o ‘bendito fruto’ entre as três filhas mulheres, o filho menino que a minha mãe e meu pai tanto queria, que mijava na cama, todas as vezes que tinha pesadelos e largou a chupeta tardiamente, sem falar que era medroso, extremamente medroso.

Obviamente que quando afirmo que hoje sou um adulto, emocionalmente maduro, tipo ‘cobra criada’ não quero dizer que tenha superado todas as minhas dificuldades, dos meus dramas pessoais de quando mais jovem, quando não sabia lidar com os meus próprios demônios internos.

Recentemente duas condições mentais vieram à tona, e estou protelando algo que deveria ter feito se não fosse pela volta do medo, sim sempre fui medroso, e pensei que já tinha superado tal condição, a segunda condição que sempre abominei em minha vida e também estava convicto ter superado que é a timidez exagerada!

A vida é mesmo muito engraçada, mas acho que ela tem as suas próprias razões e planos com a gente, quando nos expõem a situações que pensamos ter superado, testa o nosso amadurecimento, só para ver se estamos preparados para podermos partir para uma nova fase de nossas vidas.

Recentemente fui fazer um tratamento dentário, onde terei que extrair alguns dentes, confesso a vocês que estou morrendo de medo, e tenho protelado desde então, mas tenho que decidir logo pois já pago o convênio por um bom tempo e não quero ficar pagando sem utilizar, isso é burrice.

A outra condição conflitante que pensei jamais voltar a passar é a timidez, tenho mente aberta e procuro sempre ver situações da minha vida por ângulos diferentes, só que tal situação está sendo muito incomoda pela própria condição inusitada, pelo menos para mim.

Hoje em dia as pessoas não se interessam pelo que nós somos, quero dizer pelos nossos pensamentos, atitudes e sentimentos, elas sempre querem ver o que está por debaixo das roupas ou mais precisamente o “buraco debaixo”, exatamente isso, recentemente uma pessoa pediu uma foto, um “nude” meu, fiquei ‘passado’!

Fiquei passado porque tal pessoa queria uma foto da minha bunda das minhas nádegas, até aí sem problemas, mas a pessoa em questão quer uma foto do meu buraco, ou seja, do meu “cool”, das minhas entranhas ou sei lá como podemos denominar tais necessidades de uma pessoa, que conhece a outra precocemente e faz uma solicitação tão cavernosa quanto esdrúxula.

Confesso ter ficado  completamente “passado”, pois acho que tais solicitações não são feitos logo no terceiro encontro entre duas pessoas, acho que faltou sensibilidade e tato, não sou bobinho embora me faço parecer, mas confesso que fiquei petreficado!

Afinal de contas as minhas nádegas, os meus glúteos até que são bonitos,  diria bonitinhos e fofos, mas fala sério acho horrendo o meu “cool”, o buraquinho em questão, ele é todo corrugado parecendo mesmo um umbigo de algum alienígena, mais horrendo é ele cabeludo, eu gosto dele depilado, mas ultimamente nem depilo mais.

Bom, na verdade a polêmica toda sobre tal pedido, não foi pelo fato da pessoa ter feito com a mais ‘refinada educação’, um pedido fatídico desta natureza, algo que na verdade e pelo processo do amadurecimento, pensei ter superado e eu  até encarei muito com muita naturalidade.

Mas a questão que mais chocou foi que; eu realmente estava convicto que tinha superado os sentimentos do medo e da timidez, afinal de contas, elas foram por muito tempo, motivo e razão por eu ter deixado escapar muitas das oportunidades profissionais e sociais da minha vida!

E sabem por que tais questões existenciais me causaram tanto furor emocional?

Simplesmente porque tinha superado as brincadeiras de alguns amigos, que me chamava a distancia de japa gay, para todo mundo ouvir e só para me zoar e verem a minha cara vermelha de tanta vergonha!

Isso é bullying, mas a gente releva, pois são os amigos da infância que são os melhores e que sempre estão ao nosso lado num momento de precisão. (risos)

 Paulo RK   

 

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