Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

domingo, 6 de janeiro de 2019

Entre a cruz e a espada emocional!


Tenho reparado algumas pessoas do meu entorno e não é de hoje, tem muita gente legal neste mundo e não podemos generalizar ao mesmo tempo em que “vislumbro”; ‘como tem gente chata nas mesmas proporções e até mais, em números ‘alarmantes’, neste mesmo mundo que poderia ser um paraíso (penso eu), não fosse algumas dessas pessoas chatas’.
Atualmente estudo a ciência comportamental humana, é interessante, como passamos a enxergar o mundo e as pessoas sobre a perspectiva da luz desta ciência comportamental.
Muitos dos conhecimentos adquiridos nestes estudos tem mexido muito com o meu interior, mexido com a compreensão ao nível mais profundo do que realmente eu sou por dentro e não pelo que represento ser para as pessoas sociedade afora.
Não que eu seja uma pessoa falsa ao representar uma imagem do que eu gosto de mostrar para elas, simplesmente porque tal comportamento é normal de todo ‘ser humano’, mente quem diz que é o que é em qualquer lugar na sociedade, de um jeito ou de outro, as pessoas ‘criam’ uma imagem convenientemente projetada de si mesma para as outras pessoas, funcionando como uma ‘auto defesa’.
Nem me pergunte ‘por que’ agimos dessa forma em relação aos nossos semelhantes aqui na terra, ainda não cheguei nesse nível de compreensão, mas faço as minhas conjecturas e acredito na minha ignorância que seja pela própria falta de auto-estima humana, obviamente que pretendo atingir ao mais elevado grau do conhecimento psicológico comportamental humano, saindo do desprezível ‘achismo’ que não nos leva a lugar nenhum, afinal de contas, toda a minha infância até a fase adulta estão  sendo marcados por conflitos da esquizofrenia herdada dos meus antepassados, desde meus tios, até as minhas irmãs e eu mesmo herdei um pouco desta que considero uma ‘herança maldita’.
Não estou me fazendo de vitima afinal de contas ter uma herança genética herdada de nossos antepassados não é um privilégio somente meu, ‘e que atire a primeira pedra’, quem não tem em sua vida uma herança negativa herdade de seus ancestrais?
Por motivos naturais herdamos todos os dados genéticos dos nossos antepassados, e quando menciono ‘genético’ não me refiro somente às características físicas, ‘características comportamentais psicológicas’ também fazem parte do pacote, gostemos ou não! (risos)
Sempre fui muito curioso para saber das coisas e sempre me questionei e questionei o mundo sobre todas as coisas funcionarem do jeito que elas funcionam, nunca me dei por satisfeito em aceitar as coisas como são, acreditando que a tal inquietação inerente foi e está sendo muito positiva na minha vida, ao mesmo tempo negativa, pode parecer meio contraditório e  controverso, mas a questão é de como eu tenho administrado toda essa ansiedade do querer saber, sem ter uma resposta instantânea, e tal ‘controvérsia’ me faz um carrasco de mim mesmo, e muitas vezes ao ser cruel comigo mesmo acabo sendo cruel com as pessoas do meu convívio que não merecem.
Considero uma pessoa privilegiada por ser quem eu sou, posso não ter acumulado riquezas materiais ou preenchido os quesitos de uma pessoa bem sucedida nesta vida, mas me sinto orgulhoso por ter me formado na faculdade e desde então tendo feito jus a tudo que aprendi no mundo acadêmico colocando em prática na minha vida atual, beneficiando não somente a mim, mas toda a minha família, amigos, significando que valeu muito a pena, ter investido (tempo e dinheiro) em mim mesmo.
O tempo passou desde que me formei, e se antes eu era um jovem cheio de  necessidades e vontades imediatas, preocupado com o tempo e no que as pessoas poderiam pensar a meu respeito,  hoje depois do advento do amadurecimento, sinto uma serenidade dentro de mim, e é incrível como tudo que me incomodava antes, não me incomoda mais, pra falar a verdade hoje estou ‘cagando’ para o que as pessoas pensam ou falam de mim, e até mesmo com o ‘tempo’, estou completamente atemporal, não vivo mais as loucuras dos fins de anos ou quaisquer outras datas comemorativas impulsionadas pela mídia e comércio.
Mas nem tudo nesta vida é ‘um mar de rosas’ depois do amadurecimento, hoje estou mais aguçado, o meu emocional está intenso, então se antes sofria quando testemunhava o sofrimento daqueles que eu gosto, hoje estou parecendo a minha avó que chorava praticamente por tudo, pelos sofrimentos que a vida impôs a ela desde muito cedo, até a velhice por ter apanhado tanta da vida ela ficou emocionalmente intensa, sempre fui família e amigos, mas hoje estou valorizando muito mais, somos como o vinho, acho que realçamos as nossas características pessoais à medida que “envelhecemos”, exaltando naturalmente as nossas qualidades e defeitos.
É onde mora o perigo, quando mencionei ‘qualidades e defeitos’, algumas pessoas, parecem ficar mais chatas a medidas que envelhecem, enquanto algumas outras se tornam em pessoas fofas, tipo amadas por todos.
A questão é, e sempre existirão questões humanas do ‘ser ou não ser’, tendo sempre os dois lados da moeda, tem gente que sempre foi chata desde muito cedo, piorando no processo do envelhecimento.
 No atual grupo de estudo comportamental, eu me pergunto com bastante freqüência se eu sou uma pessoa chata, pergunto também para as pessoas do meu convívio profissional e social, obvio que não podemos contar sempre com as opiniões alheias, pois nem sempre as pessoas costumam serem sinceras com a gente, ora por educação ou mesmo com medo de uma reação negativa e perder a nossa amizade.
Gosto de lembrar a todos, ‘do meu perfil de observador’, eu costumava e ainda costumo observar e admirar muito as pessoas com capacidades de relacionar de bem com todos, acho mesmo que tais capacidades de ser bem quisto por todos e ser popular em qualquer meio em que estiver é um dom, uma capacidade inata ou aprendida que cobiço muito.
Não por acaso e por ser observador conheci a filosofia budistas que me dá o norte, conheci pessoas incríveis, melhores que eu, que me inspiram e ajudam a me construir quem eu sou por dentro.
Eu acho que ganhamos muito em sermos observadores, ‘pois dizem que a vida é uma grande escola e as pessoas os nossos melhores mestres da vida’, valorizo muito tal máxima, pois melhorei muito nesta minha vida como pessoa, me relacionando com pessoas muito melhores que eu próprio, saiba que não agregamos valores algum quando nos relacionamos com pessoas hipócritas e medíocres.
Lembram quando mencionei acima que àmedida que amadurecemos as nossas ‘qualidades e defeitos’ realçam?
O motivo desta minha longa reflexão é essa, à medida que amadureço, fico emocionalmente sensível, capaz de chorar por uma novela japonesa que retrate todo o drama de uma família marcada pela pobreza, por outro lado, o lado escuro da lua, no caso, o meu lado obscuro que estou perdendo a paciência que tinha de quando mais jovem.
Paciência com algumas pessoas, ‘de suportar’, temendo em admitir que com certas pessoas do meu convívio eu perdi completamente a minha tolerância, ao mesmo tempo em que me sinto mais ‘sábio’ em alguns aspectos comportamentais pós-amadurecimento, me preocupando com esse lado intolerante por não ter mais paciência que tinha antes com tais pessoas.
Porque tem gente na vida que só faz ‘merda’, com o perdão da palavra chula, e não faz questão nenhuma de melhorar, construindo a sua própria vida para tornar numa pessoa melhorar, colaborando com quem quer ajudar.
Tipo de gente que adora fazer se de vitimas, quanto mais ajudamos mais elas querem, parecendo até que tudo que fazemos é insuficiente, ‘insuficiente’ para saciar suas necessidades de querer chamar a atenção das outras pessoas, por uma ‘carência infantil’ e não do querer melhorar colaborando com quem colabora com elas.
E o meu conflito interno surge porque me considero uma pessoa afortunada por ser e ter a mente aberta, como praticante da filosofia budista eu sei que preciso ter a tolerância de um BUDA com quem não consegue enxergar alguns detalhes da vida e dos mecanismos intrínsecos de como ela funciona, mas pelo processo do amadurecimento, sinto que perdi a minha paciência com quem não quer melhorar, pessoas que viveram a vida inteira fazendo ‘merda’ e parecem estar dispostas a nos arrastar em seus infernos astrais.
Então posso dizer que estou em conflito, e confesso estar sofrendo, pois a pior condição humana é estar psicologicamente dividido, estou entre a razão e a emoção, entre a cruz e a espada!
Mas ao final consigo enxergar que a mente humana é uma maravilhosa maquina da engenharia bioquímica, um milagre com capacidades de sonhar e realizar, sendo que do atual conflito vou conseguir tirar algum aprendizado que me tornará num ser humano muito melhor, mas por enquanto tudo que me resta é desabafar com os amigos e escrever por aqui,  sofrendo, mas acho que é o preço a pagar enquanto seres humanos, muito obrigado por terem lido até o ultimo parágrafo!
Paulo RK

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