Tenho reparado algumas pessoas do meu entorno e não
é de hoje, tem muita gente legal neste mundo e não podemos generalizar ao mesmo
tempo em que “vislumbro”; ‘como tem gente chata nas mesmas proporções e até
mais, em números ‘alarmantes’, neste mesmo mundo que poderia ser um paraíso
(penso eu), não fosse algumas dessas pessoas chatas’.
Atualmente estudo a ciência comportamental humana, é
interessante, como passamos a enxergar o mundo e as pessoas sobre a perspectiva
da luz desta ciência comportamental.
Muitos dos conhecimentos adquiridos nestes estudos
tem mexido muito com o meu interior, mexido com a compreensão ao nível mais
profundo do que realmente eu sou por dentro e não pelo que represento ser para
as pessoas sociedade afora.
Não que eu seja uma pessoa falsa ao representar uma
imagem do que eu gosto de mostrar para elas, simplesmente porque tal
comportamento é normal de todo ‘ser humano’, mente quem diz que é o que é em
qualquer lugar na sociedade, de um jeito ou de outro, as pessoas ‘criam’ uma
imagem convenientemente projetada de si mesma para as outras pessoas,
funcionando como uma ‘auto defesa’.
Nem me pergunte ‘por que’ agimos dessa forma em
relação aos nossos semelhantes aqui na terra, ainda não cheguei nesse nível de
compreensão, mas faço as minhas conjecturas e acredito na minha ignorância que
seja pela própria falta de auto-estima humana, obviamente que pretendo atingir
ao mais elevado grau do conhecimento psicológico comportamental humano, saindo do
desprezível ‘achismo’ que não nos leva a lugar nenhum, afinal de contas, toda a
minha infância até a fase adulta estão sendo marcados por conflitos da esquizofrenia
herdada dos meus antepassados, desde meus tios, até as minhas irmãs e eu mesmo
herdei um pouco desta que considero uma ‘herança maldita’.
Não estou me fazendo de vitima afinal de contas ter
uma herança genética herdada de nossos antepassados não é um privilégio somente
meu, ‘e que atire a primeira pedra’, quem não tem em sua vida uma herança
negativa herdade de seus ancestrais?
Por motivos naturais herdamos todos os dados genéticos
dos nossos antepassados, e quando menciono ‘genético’ não me refiro somente às características
físicas, ‘características comportamentais psicológicas’ também fazem parte do
pacote, gostemos ou não! (risos)
Sempre fui muito curioso para saber das coisas e
sempre me questionei e questionei o mundo sobre todas as coisas funcionarem do
jeito que elas funcionam, nunca me dei por satisfeito em aceitar as coisas como
são, acreditando que a tal inquietação inerente foi e está sendo muito positiva
na minha vida, ao mesmo tempo negativa, pode parecer meio contraditório e controverso, mas a questão é de como eu tenho
administrado toda essa ansiedade do querer saber, sem ter uma resposta instantânea,
e tal ‘controvérsia’ me faz um carrasco de mim mesmo, e muitas vezes ao ser
cruel comigo mesmo acabo sendo cruel com as pessoas do meu convívio que não
merecem.
Considero uma pessoa privilegiada por ser quem eu
sou, posso não ter acumulado riquezas materiais ou preenchido os quesitos de
uma pessoa bem sucedida nesta vida, mas me sinto orgulhoso por ter me formado
na faculdade e desde então tendo feito jus a tudo que aprendi no mundo acadêmico
colocando em prática na minha vida atual, beneficiando não somente a mim, mas
toda a minha família, amigos, significando que valeu muito a pena, ter
investido (tempo e dinheiro) em mim mesmo.
O tempo passou desde que me formei, e se antes eu
era um jovem cheio de necessidades e
vontades imediatas, preocupado com o tempo e no que as pessoas poderiam pensar
a meu respeito, hoje depois do advento
do amadurecimento, sinto uma serenidade dentro de mim, e é incrível como tudo
que me incomodava antes, não me incomoda mais, pra falar a verdade hoje estou ‘cagando’
para o que as pessoas pensam ou falam de mim, e até mesmo com o ‘tempo’, estou
completamente atemporal, não vivo mais as loucuras dos fins de anos ou
quaisquer outras datas comemorativas impulsionadas pela mídia e comércio.
Mas nem tudo nesta vida é ‘um mar de rosas’ depois
do amadurecimento, hoje estou mais aguçado, o meu emocional está intenso, então
se antes sofria quando testemunhava o sofrimento daqueles que eu gosto, hoje
estou parecendo a minha avó que chorava praticamente por tudo, pelos
sofrimentos que a vida impôs a ela desde muito cedo, até a velhice por ter
apanhado tanta da vida ela ficou emocionalmente intensa, sempre fui família e
amigos, mas hoje estou valorizando muito mais, somos como o vinho, acho que
realçamos as nossas características pessoais à medida que “envelhecemos”,
exaltando naturalmente as nossas qualidades e defeitos.
É onde mora o perigo, quando mencionei ‘qualidades e
defeitos’, algumas pessoas, parecem ficar mais chatas a medidas que envelhecem,
enquanto algumas outras se tornam em pessoas fofas, tipo amadas por todos.
A questão é, e sempre existirão questões humanas do ‘ser
ou não ser’, tendo sempre os dois lados da moeda, tem gente que sempre foi
chata desde muito cedo, piorando no processo do envelhecimento.
No atual
grupo de estudo comportamental, eu me pergunto com bastante freqüência se eu
sou uma pessoa chata, pergunto também para as pessoas do meu convívio profissional
e social, obvio que não podemos contar sempre com as opiniões alheias, pois nem
sempre as pessoas costumam serem sinceras com a gente, ora por educação ou
mesmo com medo de uma reação negativa e perder a nossa amizade.
Gosto de lembrar a todos, ‘do meu perfil de
observador’, eu costumava e ainda costumo observar e admirar muito as pessoas
com capacidades de relacionar de bem com todos, acho mesmo que tais capacidades
de ser bem quisto por todos e ser popular em qualquer meio em que estiver é um
dom, uma capacidade inata ou aprendida que cobiço muito.
Não por acaso e por ser observador conheci a
filosofia budistas que me dá o norte, conheci pessoas incríveis, melhores que
eu, que me inspiram e ajudam a me construir quem eu sou por dentro.
Eu acho que ganhamos muito em sermos observadores, ‘pois
dizem que a vida é uma grande escola e as pessoas os nossos melhores mestres da
vida’, valorizo muito tal máxima, pois melhorei muito nesta minha vida como
pessoa, me relacionando com pessoas muito melhores que eu próprio, saiba que não
agregamos valores algum quando nos relacionamos com pessoas hipócritas e medíocres.
Lembram quando mencionei acima que àmedida que
amadurecemos as nossas ‘qualidades e defeitos’ realçam?
O motivo desta minha longa reflexão é essa, à medida
que amadureço, fico emocionalmente sensível, capaz de chorar por uma novela
japonesa que retrate todo o drama de uma família marcada pela pobreza, por
outro lado, o lado escuro da lua, no caso, o meu lado obscuro que estou
perdendo a paciência que tinha de quando mais jovem.
Paciência com algumas pessoas, ‘de suportar’, temendo
em admitir que com certas pessoas do meu convívio eu perdi completamente a
minha tolerância, ao mesmo tempo em que me sinto mais ‘sábio’ em alguns
aspectos comportamentais pós-amadurecimento, me preocupando com esse lado
intolerante por não ter mais paciência que tinha antes com tais pessoas.
Porque tem gente na vida que só faz ‘merda’, com o
perdão da palavra chula, e não faz questão nenhuma de melhorar, construindo a
sua própria vida para tornar numa pessoa melhorar, colaborando com quem quer
ajudar.
Tipo de gente que adora fazer se de vitimas, quanto
mais ajudamos mais elas querem, parecendo até que tudo que fazemos é insuficiente,
‘insuficiente’ para saciar suas necessidades de querer chamar a atenção das
outras pessoas, por uma ‘carência infantil’ e não do querer melhorar
colaborando com quem colabora com elas.
E o meu conflito interno surge porque me considero
uma pessoa afortunada por ser e ter a mente aberta, como praticante da
filosofia budista eu sei que preciso ter a tolerância de um BUDA com quem não
consegue enxergar alguns detalhes da vida e dos mecanismos intrínsecos de como ela
funciona, mas pelo processo do amadurecimento, sinto que perdi a minha paciência
com quem não quer melhorar, pessoas que viveram a vida inteira fazendo ‘merda’
e parecem estar dispostas a nos arrastar em seus infernos astrais.
Então posso dizer que estou em conflito, e confesso
estar sofrendo, pois a pior condição humana é estar psicologicamente dividido,
estou entre a razão e a emoção, entre a cruz e a espada!
Mas ao final consigo enxergar que a mente humana é
uma maravilhosa maquina da engenharia bioquímica, um milagre com capacidades de
sonhar e realizar, sendo que do atual conflito vou conseguir tirar algum
aprendizado que me tornará num ser humano muito melhor, mas por enquanto tudo
que me resta é desabafar com os amigos e escrever por aqui, sofrendo, mas acho que é o preço a pagar
enquanto seres humanos, muito obrigado por terem lido até o ultimo parágrafo!
Paulo RK
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