O homem nasce, cresce e morre
pelas suas próprias crenças, por esta razão devemos ter muita cautela nas
subjetividades que optamos em crer enquanto estamos vivos.
É muito obvio, mas certas
pessoas não conseguem enxergar o mal que elas próprias fazem em suas vidas por
acreditarem em determinadas realidades de vida.
Um exemplo clássico e a pior
delas é o fato de alguns religiosos acreditarem que não somos nada perante
“deus”, as pessoas se menospreza dizendo que somos falhos, cheios de pecados
sendo um mortal comum, fazendo uma imagem ruim delas mesmas, como se fôssemos
um simples e desprezível grão de areia dentro da imensa realidade universal.
Fico imaginando e muitas
vezes me sensibilizo de como essas pessoas são cruéis com elas mesmas,
recentemente um amigo contraiu o vírus HIV, e é impressionante como ele mesmo
se ponha pra baixo, sei que os medicamentos e o vírus “mexem” muito com a
cabeça, pois conheço muita gente que contraiu o vírus e de certa forma estão
coexistindo muito bem com este mal, diz que o processo inicial do mal é pior,
passado esta fase, tudo fica de boa.
A diferença deste meu amigo
que contraiu recentemente o vírus, e os demais conhecidos é que ele nunca
gostou de quem ele é sempre se colocou pra baixo, se considerando feio e
atribuindo todas as coisas ruins a sua pessoa e imagem.
Então eu fico a refletir, a
falta do amor próprio é o que nos faz sofrer neste mundo, quando enxergamos
beleza em nós mesmos, e nos amamos de verdade, nos preservamos de muitas
experiências e coisas ruins em vida.
Obviamente que não estou
falando só deste meu amigo, afinal de contas à vida é uma caixinha de surpresa,
de repente podemos contrair doenças sem querer, ou por alguma fatalidade
inesperada que não a proposital, afinal de contas ninguém quer ficar doente,
não é mesmo?!!?!?
A questão é que se tal doença
do HIV é ruim, pior é ou são para aqueles que viveram a vida inteira se
desprezando por falta de amor próprio ou mesmo acreditando que não somos nada
perante a um deus, que ainda reside no coletivo imaginário de muita gente.
É tanta falta de coerência na
crença de um deus todo poderoso e “amoroso” que essa gente se quer se amam de
verdade, como podem falar que deus é
puro amor, quando elas mesmas não conseguem se amar, e muito menos amar o seu
próximo como a ele ou a ti mesmo?
Para todos os efeitos, não
quero parecer um ferrenho crítico com as escolhas religiosas dos outros, mas é
quase impossível deixar de fazer um comparativo, afinal de contas, algum dia no
passado eu mesmo acreditei nesse mesmo deus, e me sentia um coitadinho
acreditando que deus tinha suas razões para atribuir tantos sofrimentos em
minha vida.
Depois do processo do amadurecimento
e com a mente mais esclarecida compreendi melhor os ensinamentos de Buda e de
Jesus, ambos viveram na terra em épocas diferentes nos deixando os mesmos
ensinamentos e para toda a humanidade.
E é unânime tanto Buda quanto
Jesus, mencionou que não viemos ao mundo para sofrer, sofremos por pura
ignorância de não querer melhorar as nossas condições, acreditando que não
somos nada perante a um deus, esse mesmo deus que ninguém até hoje viu ou mesmo,
conseguiu explicar de forma coerente e racional em palavras.
Quando mais jovem sofria
muito pelas minhas próprias ignorâncias e procurei muitas religiões, muitos
diziam que apenas Jesus poderia me salvar, bastando para isso que eu
acreditasse e não questionasse suas palavras.
Mas foi no budismo que me
identifiquei mais, pois de cara um dirigente mencionou que o Buda, não salva
ninguém, mas o seu conhecimento deixado como um grande legado para toda a
humanidade e quando praticado em nossas próprias vidas, poderia me livrar das
coisas que me fazia sofrer, pois de nada adiantaria a idolatria ou a fé cega dos
fanáticos, se eu mesmo não conseguisse praticar a sua bondade e o amor comigo
mesmo e com as pessoas ao meu redor.
O diligente me fez também
refletir sobre o mantra, o NAM MYOHO RENGUE KYO, ele disse para eu não aceitar
como sendo bom na minha vida sem antes experimentar seu poder, só porque as
pessoas falavam nele.
Achei tudo muito coerente, e à
medida que eu recitava o mantra, comecei a sentir mudanças em minha vida, mas
uma mudança interior, que me fazia enxergar muitas coisas boas externas e
internas de mim mesmo.
Por exemplo, antes me achava
feio, e tal percepção de mim mesmo me causava uma tremenda timidez, me achava
um nada, tinha vergonha até de conversar com as pessoas olhando nos olhos
delas.
Para ter uma ideia do meu
drama pessoal, eu achava as pessoas melhores que eu, e nunca parava em
empregos, pois me sentia tão inferior que tinha vergonha de me relacionar com
as pessoas, e quando as pessoas riam olhando em minha direção, era motivo para
eu pedir as contas e nunca mais voltar naquela empresa, pois achava que eles
estavam zombando por quem eu era.
Terrível não é mesmo?!?!?
E por um bom tempo levei fama
de vagabundo de quem não gostava de trabalhar, mal sabendo as pessoas do meu
entorno que sofria muito pela minha própria timidez.
Converti ao budismo em 1999 e
hoje falo para todos e com muito orgulho que eu nasci nesta vida duas vezes, o
meu nascimento biológico quando sai do ventre sagrado de minha mãe e quando
conheci o budismo nesta vida.
Digo que renasci das trevas,
pois até então vivia sofrendo com as minhas próprias ignorâncias quando quase
sempre culpava os outros pelos meus próprios infortúnios da ignorância, hoje
compreendo que por mais que uma situação de vida possa parecer sem solução ou
dificultosa, sofrer ainda é uma opção.
Ninguém precisa sofrer por
nenhum problema, afinal de contas aprendi na própria filosofia budista, que
problemas são na verdade, trampolins que nos impulsionam pra frente e às vezes
vivemos num marasmo da rotina, e a vida nos proporciona através das nossas
próprias escolhas erradas os ‘problemas’, que por sua vez nos permitem enxergar
muito além dos nossos umbigos, nos tornando em pessoas melhores quando
aprendemos a lidar com quaisquer tipos de dificuldades que temos que enfrentar
neste mundo.
Hoje me sinto melhor em
relação a mim mesmo, porque aprendi a me amar, e sei que o divino reside dentro
de nós e não fora ou qualquer outro lugar fora dos nossos corações, inclusive
consigo enxergar beleza em mim mesmo.
Não procuro deus em igrejas
ou qualquer outra forma física, porque aprendi com a própria filosofia budista;
ou você tem deus dentro do seu coração ou você não tem!
E o mais importante, saiba
que o tempo é o melhor demonstrativo das nossas escolhas e ele é implacável nos
mostrando resultados, inclusive os resultados errôneos das crenças religiosas,
conheço muita gente que seguem o catolicismo, pois nasceram numa família
católica, e eles não mudam, vivem passivamente acreditando que um dia deus
abrirá suas portas, preferindo sofrer com os braços cruzados a esperar por um
milagre, barganhando com deus como fazem nos comércios para comprar qualquer
coisa, e vivem suas vidas resignadas com os sofrimentos, acreditando que deus
quis assim e ponto final.
Hoje quando sou criticado por
crentes que julgam sem saber, eu digo a eles; ‘graças a seu deus, eu sou
budista’!
Porque quem é crente e está
feliz por suas próprias escolhas não fica criticando as crenças alheias, e nem
estou sendo contraditório, aqui estou a comentar o meu ponto de vista, com o
intuito de querer ajudar aqueles que ainda sofrem por acreditar num deus
perfeito fora de seus corações, quando e acredito que deus só pode habitar num
único lugar, dentro de nossos corações, ou você tem ele ou não tem! (Simples
assim)
Se deus não habita o seu
coração não adianta você frequentar igrejas ou procurar ele em quaisquer
lugares deste mundo ou do universo!
Paulo RK
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