Hoje dia dos pais me bateu
uma puta tristeza, logo após assistir a um comercial de uma companhia aérea daqui
de São Paulo, comecei a chorar, e pior, as agências de propagandas parecem ter
aprendido a associar campanhas de produtos e serviços a fatores humanos, nos
sensibilizando fortemente.
Obviamente que chorei não
pelo meu pai, mas por aqueles que nunca tiveram pai e mãe neste mundo, que
parece estar cada vez mais hostil, tornando a vida daqueles que nunca tiveram
apoio ou se quer atenção das únicas pessoas que poderiam fazer algo por eles.
Então aconteceu da seguinte
forma, estava lendo alguns artigos, escutando música e conversando com um amigo
pelo Facebook, quando ele começou a criticar tais datas comemorativas,
escolhidas convenientemente pelo comércio, e principalmente quando falei pra
ele que dia dos pais são todos os dias dos 365 dias do ano!
Ele me “elogiou” meio que
assim sem graça, pois ele nunca conheceu seu pai biológico, e nunca escondeu a
sua grande frustração por não tê-lo conhecido.
Na verdade e como sempre
costumo mencionar por aqui, ninguém neste mundo e quem saiba talvez ninguém
neste vasto universo seja um coitadinho, pois colhemos o que plantamos em
nossas vidas, mas não consigo deixar de me comover por essas pessoas, pois
percebo nelas certa revolta.
A minha mãe sempre foi uma
mãe do tipo leoa, capaz de matar se alguém ameaçasse a sua prole, ainda que as
ameaças fossem psicológicas, ela sempre ficava em alerta e como ela mesma
dizia, ser uma “galinha” vigiando seus pintinhos debaixo das asas. (risos)
Meu pai sempre foi uma pessoa
muda, do tipo que não fala muita coisa e nem demonstrava emoções em palavras,
mas desempenhava muito bem o seu papel de pai, trazendo comida pra dentro de
casa, pagando as contas e deixando seus filhos de certa forma, bem estruturados
para podermos aguentar quaisquer crises, inclusive como essa própria crise em
que vivemos atualmente no país.
Enfim mas o que quero dizer é
que tais dedicações deles fizeram de mim uma pessoa melhor, um ser de bom
coração, não que alguns amigos meus não sejam, por não terem tido pai ou mãe
biológicos, mas é que percebi neles a incapacidade de se conectarem
sentimentalmente, com a gente ou com quem quer que seja.
Sinto frieza, nas coisas que
falam, como este comentário sobre a tal
propaganda da companhia aérea que o meu amigo mencionou como hipócrita, feita
apenas para vender seus serviços e produtos.
Não que ele esteja errado,
pois eu concordo conforme mencionei logo de inicio as estratégias e artimanhas de
uma boa propaganda publicitária, usando fatores humanos para comover e vender
para humanos consumidores, cada vez mais em alta.
Mas vamos para as questões
que me entristeceram, atualmente estudo psicologia, sou meio que autodidata
quando gosto de um determinado assunto, procuro estudar tudo a respeito, e
compreendo que um ser humano só pode ser completo, quando ele é amado desde a infância
até a sua fase adulta.
Pois dizem que a fase da infância
é muito importante para a boa formação de qualquer caráter de um adulto normal!
Então fiquei triste porque
conheço muitas pessoas que foram abandonas pelos seus próprios pais, alguns até
criaram, mas com aquele sentimento de desprezo.
E observo os comportamentos
desses amigos, eles são frios e parecem nunca conseguirem, por mais que se
esforcem atingir a felicidade em suas vidas.
É claro que atingir a
felicidade pessoal neste planeta está cada vez mais difícil e à medida que o
tempo avança ser feliz se tornou uma utopia mesmo para pessoas que tiveram bons
pais e foram amados desde a infância.
A questão de onde quero
chegar é que talvez o mundo atual retrate bem, ‘ainda que agora me falte
palavras para externar meus sentimentos em relação aos filhos abandonados pelos
seus pais biológicos’.
O caos que impera e a frieza
dos sentimentos nos corações da humanidade só pode ter uma única explicação,
filhos que cresceram sem ter o amor dos pais biológicos.
Porque na minha compreensão, sobre
o contato que se estabelece entre pais e filhos é muito sagrado em todos os
sentidos, fazer filhos e abandona-los a própria sorte nesta vida, deveria ser
considerado um pecado mortal, punindo aqueles que banalizam tal poder, o de
trazer seres inocentes ao mundo.
A minha mãe sempre falou e
sempre fala; ‘se fez filhos, cuide bem deles, pois eles não pediram pra
nascerem’!
E a minha indignação vai mais
além quando percebo que os animais que consideramos irracionais, demonstram
mais maternidade do que nós, estúpidos “animais de tetas” que nos julgamos
superiores a quaisquer outras espécies deste mundo!
Deus perdoe por tal arrogância
e soberba, pelas nossas atitudes e por falta de consciência pelos nossos
próprios atos desprezíveis, como aqueles que deveríamos pelo menos amar nossos
filhos!
Paulo RK
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