Estou estranhando uma condição que tenho notado
sobre mim mesmo recentemente, nem sei se é bom ou ruim, mas a questão é que
está me tirando o ‘sono dos justos’ que tanto tenho direito. (risos)
É referente a esse blog e a minha própria vida que
me levou a escrever em blogs, na verdade comecei a escrever por incentivo de
alguns bons amigos que se preocupavam verdadeiramente comigo, pois quando mais
novo de tanta timidez não conseguia me comunicar com as pessoas de forma clara
e objetiva, na verdade se quer conseguia olhar nos olhos das pessoas e falar
qualquer coisa; ‘da minha boca saia palavras desconexas e frases sem sentidos’
de tanta timidez.
Obviamente que as pessoas me considerava um
retardado, pois não conseguia falar com os da minha própria espécie, mas a
questão é que perderia muitas oportunidades na vida pela própria timidez
exagerada que me consumia e me fazia muito infeliz.
Mas o tempo foi passando, adquiri mais idade e
comecei a escrever neste blog, e à medida que desenvolvia textos relativos aos
acontecimentos da minha vida real, ‘profissional e social’ senti uma melhora
considerável na minha capacidade de organizar mentalmente meus pensamentos e
raciocínios, para que eu pudesse falar de forma clara e organizada com as
pessoas e para que elas pudessem me compreender.
De certa forma sou muito grato as pessoas que me
incentivaram a escrever em blogs e ao próprio mundo do blog, dos blogueiros que
conheci são pessoas tão criativas quanto maravilhosas, que me incentivaram e
motivaram na construção deste humilde espaço virtual, bem como influenciaram de
forma positiva a minha personalidade, me construindo quem eu sou hoje, gratidão
eterna.
Mas não sou mais aquele rapaz tímido e “retardado”
que mal sabia falar ou expressar olhando nos olhos das pessoas, hoje mais amadurecido
compreendi que; ‘ninguém é melhor que ninguém, e que todos temos nosso lugar ao
sol’, bastando aperfeiçoar as nossas vocações inerentes, superando os nossos
limites de forma natural e nunca impor uma condição negativa a nós mesmos,
deixando de realizar muitos feitos da nossa própria vontade aqui na terra, isso
se chama ‘auto-sabotagem’, quando por uma experiência negativa anterior em
nossas vidas, desacreditamos de nós mesmos, preferindo viver nas sombras das
outras pessoas, com medo de passarmos por uma experiência negativa novamente,
nos intimidamos e escolhemos viver de forma passiva e indigna, preferindo ser
arrastado pela vida que assumir a proa do nosso barco que aqui podemos chamar
de destino.
Eu não sei se tais considerações sobre o meu
amadurecimento correspondem à realidade de vida das outras pessoas, pois dizem
que o conceito da verdade sobre a verdade varia muito de um individuo para
outro, de repente o que é verdadeiro para mim, pode não ser para você e
vice-versa.
Mas, importante lembrar que não estou aqui para
questionar nenhum outro ser humano além de mim mesmo, porque apesar da minha
idade biológica estar avançando conforme o tempo está passando no calendário,
eu sinto que ainda sou muito ‘cru’ mentalmente falando, e tenho muito a
aprender, sobre a minha própria evolução neste planeta e mundo.
Sobre aprendizados, ‘sobre este tema’, tenho
agradecido a deus pela minha própria natureza intrínseca curiosa e vontade incansável
de aprender de tudo um pouco, eu sei que uma existência é insuficiente para
aprendermos o suficiente para começar a trilhar a longa estrada espiritual da
vida, pois dizem que a jornada é longa para a nossa verdadeira evolução
espiritual, no entanto sinto intuitivamente que estou no caminho certo, sendo
curioso e de ser sedento em adquirir novos conhecimentos querendo aprender de
tudo um pouco.
Ao mesmo tempo em que adquiro novos conhecimentos
sobre a minha personalidade e percepções da vida, notei em mim um paradoxo; ‘se
antes não conseguia falar direito com as pessoas devido a vários fatores como a
timidez e desorganização mental, hoje consigo falar pessoalmente com mais
desenvoltura, ou seja, falar com emoção, transmitindo de forma clara e objetiva
as minhas principais necessidades enquanto ser humano, conseguindo das pessoas
o que necessito, por outro lado acho que perdi a habilidade de escrever com a
mesma destreza de quando inicie este blog’.
Sou muito critico comigo mesmo, e analiso tudo que
realizo, e não pude deixar de notar, principalmente em meus textos recentes a
falta daquele ‘toque’ que tinha quando comecei a escrever neste blog.
Eu não sei se
é ‘bom ou ruim’ como comentei parágrafos acima, mas a questão é que algo mudou
dentro de mim, fiquei meio chateado, pois eu ainda gosto de escrever, no
entanto não estou conseguindo tocar de forma mais profunda e profana (no bom
sentido) as pessoas como antes, pelo menos não por aqui, no mundo virtual.
Notei que tal habilidade mudou ou foi transferido
para o mundo real de alguma forma, e se antes tinha muitas dificuldades de me
expressar com as pessoas pessoalmente, isso se tornou coisa do passado.
Estou curtindo muito essa “nova habilidade”, pois eu
posso conferir em tempo real a reação das pessoas quando menciono certas palavras
mágicas do afeto, que elas estão desacostumadas e tão carentes de ouvirem, e
que com certeza sentem muita falta e as fazem sentirem muito bem, a propósito
quem não gosta de ouvir o que elas já sabem inconscientemente, como eu te adoro
ou te amo?
Bom, na verdade acho que estou sendo meio dramático,
alias no processo do amadurecimento e com a idade avançando tenho notado outras
mudanças na minha vida pessoal, e novamente vou confessar que não sei se é ‘bom
ou ruim’, mas que estou curtindo de montão.
Recentemente descobri porque a minha mãe adorava dar
café para todas as visitas de casas, na época em que morava com ela, ela usava
o café da minha cesta básica, café caro de qualidade, eu confesso que ficava
puto com ela. (risos)
Pois é, eu aprendi a fazer café, e percebi ou
descobri como é prazeroso, fazer um café gostoso e servir para os amigos e
convidados de casa, hoje eu compreendo como a minha mãe tinha razão quando me
chamava de pão duro, porque hoje depois de aprender a fazer um café saboroso
descobri o que a minha mãe sentia e como é prazerosa a vida com esses pequenos
detalhes de servir os amigos com cafezinho feito na hora.
Outro aspecto que tem feito muita diferença na minha
qualidade de vida, são as plantas, em casa quem gostava muito de plantas era o
meu pai, na verdade a minha casa era uma floresta, cheio de flores e folhagens,
depois que o meu pai morreu, nós filhos deixamos todas elas morrerem com ele.
Quem me
conhece sabe que eu cuido de uma irmã esquizofrênica que até outro dia juntava
lixo colhido das ruas e armazenado dentro de casa, mas graças a deus hoje ela
está curada, tomando medicamentos ela voltou a ser uma pessoa “normal”, se é
que existam pessoas normais no mundo moderno em que vivemos, enfim, pelo menos
ela não coleciona mais lixos.
Então dos irmãos essa irmã, quando mais nova gostava
de plantas, daí eu pensei como ela está melhorando com medicamentos tipo ‘tarja
preta’, vou acelerar o processo de cura dela, resgatando antigos gostos, como
no caso dela, o gosto pelas plantas.
Sabem aquele lance de querer ajudar alguém e de
repente você percebe que o ato acabou ajudando mais a você mesmo do que a própria
pessoa!?!?!?
Pois é quando meu pai cuidava das plantas ele falava
com elas, e até admirava a ponto de ficar olhando horas e horas para um vaso
cujo broto estava crescendo, ele parecia um lunático, seu olhar cheio de afeto
parecia estar em transe, eu realmente confesso que achava meu pai um louco.
Hoje ‘pasmem’ faço a mesma coisa, comecei adquirir
as plantas com o objetivo de ajudar ou acelerar o processo de cura da minha
irmã e descobri que estou me ajudando, simples tarefas de mudar as plantas do
vaso por ela estar crescendo, ficar atento as pragas, regar todas as vezes que
o solo estiver seco e descobrir que aquela planta que você transplantou está
com um broto novo, está mudando a minha vida completamente.
Outro dia me flagrei falando com uma pequena muda de
planta, é, fiquei dizendo a ela o quanto estava bonita e para o meu próprio
espanto, o meu olhar estava semelhante pra não dizer igual a do meu pai, a
propósito num dia quente da semana, estava muito estressado com os afazeres
profissionais, decidi não ir trabalhar, tirei a calça, os sapatos e coloquei um
short e um chinelo e me joguei no quintal, juntamente com as terras, as plantas
e os vasos.
Nem preciso dizer que foi como uma terapia, “sujando
as mãos” com a terra adubada, esquecendo de tudo que estava me aborrecendo
naquele dia, ao finalizar e regar as plantas em seus novos vasos, sentindo vivo
outra vez, fiquei feliz e o mais importante me senti feliz, revigorado e pronto
pra enfrentar o dia seguinte.
É eu acho que as pessoas deveriam valorizar as
pequenas coisas da vida, pequenas atitudes como servir um cafezinho feito na
hora, plantar uma planta, mexer com a terra, tudo isso nos faz resgatar os
nossos valores, valores intrínsecos e verdadeiros que nos faz sentir vivos e
conectados com o todo, com a mãe natureza e até mesmo com DEUS.
Do contrario é verdadeiro, o homem é um ser social,
não pode ou consegui viver isolado do resto, espiritualmente falando somos
parte de um todo, a idéia da individualidade só acontece enquanto estamos
encarnados neste mundo terreno, quando cumprimos as nossas missões, partiremos
e voltaremos a fazer parte de um todo, de um único corpo espiritual celeste,
uma consciência única e inteligente, que flui em frente, seguindo sempre em frente!
Das mudanças comportamentais que estão acontecendo comigo
expressas aqui neste blog tipo; das descobertas do prazer dos cafezinhos da
minha mãe que ela insistia em servir para as pessoas, do amor que meu pai tinha
pelas plantas, e a condição atemporal que estou notando em mim, ‘como antes
nessa época do ano, estaria em euforia com as festas’, hoje estou completamente
indiferente com a correria típica de algumas pessoas, vou ser sincero se é ‘bom
ou ruim’ tudo que estou vivenciado, não tenho certeza, mas estou sentindo que
estou cada vez mais vivo, estou me sentindo vivo e o que me incomodava antes,
hoje, passa despercebido!
E com todas essas mudanças acontecendo na minha
vida, mudanças no aspecto mental, me lembrei de algo que meu pai comentou
quando eu tinha uma mente confusa, complicada e infantil, ele disse que com o
tempo tudo ia melhorar e eu ia respirar com mais tranqüilidade e agiria com
mais sabedoria, hoje eu sei, que tal comportamento a que meu pai se referia é o
próprio amadurecimento.
Portanto ‘se é bom ou ruim’, não tenho certeza, na
verdade NÓS como mortais comuns que somos nunca teremos certeza de nada em nossas
vidas, mas uma coisa que eu aprendi no processo do amadurecimento, ‘o
importante nesta vida é vivermos intensamente, como um eterno aprendiz’, o resto
são conseqüências do próprio aprendizado!
E se a gente não se ver ou se falar, FELIZ ANO NOVO,
deixo uma dica que eu próprio aprendi com o processo do aprendizado/amadurecimento; Faça o que
tiver que ser feito, siga a intuição, deixando de lado a preocupação, se ‘bom
ou ruim’ o tempo lhe mostrará, e não tema em cometer erros, pois os erros fazem
parte do aprendizado/amadurecimento assim como os próprios acertos, FELIZ 2019!!!!!!!!
Paulo RK